A AUSÊNCIA DE CAZUZA E DE UMA CONSCIÊNCIA REBELDE NA MÚSICA
4 de abril de 2013 foi foi mais uma data comemorativa no mundo do rock. Cazuza, cantor e compositor, respeitado simultaneamente pela nações do rock e da MPB, estaria completando 55 anos. O tempo passa, ou melhor, "o tempo não pára", mas a vida segue (e é breve) sem esquecermos dos grandes nomes que partiram antes. Em grau maior ou menor, dependendo do nível de exigência do consumidor de música, os artistas do rock e do pop, que passaram por nós nas décadas anteriores eram infinitamente melhores que as aberrações que colocam para o povo escutar nesta ditadura musical (e política) que vivemos hoje no Brasil. Como sempre digo, a culpa não é somente do povo que aderiu ao mau gosto de ouvir música brega de baixa qualidade (isso porque é bom lembrar que já existiu música brega de boa qualidade, acreditem), mas a culpa deveria recair mesmo nos executivos que assumiram o poder desde 1990 e fazem uma lavagem cerebral ininterrupta nas massas. Se não existisse o jabá escancarado no Brasil, estaríamos numa situação melhor. Só para recapitular, o jabá (payola nos EUA) é considerado crime desde 1960. Aqui, ninguém se importa porque é um país que está se desintegrando culturalmente. Às vezes a coisa melhora de um lado, porém logo arrebenta do outro. Quantos Cazuzas e Raul Seixas seriam precisos para criticar a hipocrisia da sociedade moderna?
Sou Emerson Links, cineasta e escritor, a voz intelectual a serviço dos artistas humildes e contra a mediocridade vigente. Este perfil foi criado para divulgar a "Bíblia do Rock", uma série de livros, CDs e trilogia de longa-metragens de minha autoria sobre a história do rock no Brasil e no mundo - dos anos 50 até os dias de hoje. A captação de imagens de bandas iniciada em 1999 será concluída até o final 2018. Simultaneamente está desenvolvendo "O Cinema do Século XX".