Sou Emerson Links, cineasta e escritor, a voz intelectual a serviço dos artistas humildes e contra a mediocridade vigente. Este perfil foi criado para divulgar a "Bíblia do Rock", uma série de livros, CDs e trilogia de longa-metragens de minha autoria sobre a história do rock no Brasil e no mundo - dos anos 50 até os dias de hoje. A captação de imagens de bandas iniciada em 1999 será concluída até o final 2018. Simultaneamente está desenvolvendo "O Cinema do Século XX".
Hamilton iniciou carreira como cantor de rock no selo Young, no final dos anos 1950, em São Paulo, Capital. Fez parte da primeira geração de artistas juvenis, tais como: Celly Campello, Sergio Murilo, Tony Campello, George Freedman, Carlos Gonzaga, Bobby Di Carlo, Celia Vilella, Sonia Delfino, Baby Santiago, Wilson Miranda, Ronnie Cord, Demétrius, Galli Jr (futuro Prini Lorez), Eduardo Araújo (fase rock and roll, gravadora Phillips),The Rebels, The Avalons, The Jordans, The Jet Black's, The Clevers, The Angels, entre outros. Durante a jovem guarda, chegou a gravar um compacto, em especial, "O Bolha" / "O Mar" (ouça no link abaixo no you tube). Posteriormente, sem opções, abandonou a carreira artística, porém, tinha um vocal marcante (ouça "Anjo Triste, também no link descrito, no final desta matéria).
Então ... Fiquei sabendo há pouco sobre a morte do ex-ídolo juvenil e pioneiro do rock. Este link confirma a notícia, basta colar no navegador do google e entrar no facebook: https://www.facebook.com/fabiana.digiorgio.9/videos/1293391371384554
No inverno de 2015, em São Paulo, eu gravei uma entrevista com Hamilton Di Giorgio para a "Bíblia do Rock". Em tal ocasião, quando o cantor me recebeu com tapete vermelho em sua residência (maneira simpática super estimar tal episódio) e uma rodada inesquecível de pizzas (nada mais apropriado para quem está em sintonia com o rock and roll nostálgico), rolou uma palhinha de algumas pérolas musicais dos anos em que ele pertenceu ao cast do Selo Young e gravadora Chantecler. Importante destacar que eu não fui sozinho a esse encontro histórico, também estava presente a atriz e jornalista, Silvana Farina, minha amiga que recentemente havia atuado no longa-metragem "Diário de Um Exorcista". Hamilton foi super gentil e, de quebra, ele e sua esposa ofereceram carona de carro até o local que estavamos hospedados próximo a capital. E olha que o cantor estava se recuperando de um AVC. Realmente a vontade de ser lembrado pela atual geração era tamanha que qualquer limitação física que surgia era derrubada no maior bom humor. Para a felicidade geral de todos os envolvidos, quase tudo o que rolou neste encontro foi documentado em HD. Infelizmente, devido a inúmeros compromissos pessoais de Emerson Links (o condutor desta narrativa) e outros imprevistos na vida de Hamilton Di Giórgio (a personalidade em foco), dá pra dizer que o contato entre ambos foi se esvaindo, mas com a promessa de ser restaurado via mundo digital. Neste dia, 30 de maio de 2023, a notícia de sua morte pegou a todos de surpresa. Curiosamente as baladas românticas do cantor invadiam os meus ouvidos de tanto que ouvia, mesmo sem eu jamais ter vivido os anos 1950 e 1960. Os jovens do século XXI pouco conhecem tais baladas, exceto "aqueles" que "experimentam" o circuito paulistano de shows de rockabilly ou os bailinhos retrôs dos Clubes de Rock, cada vez mais raros nas capitais. "Anjo Triste", versão em português de "Blue Angel" - que foi um sucesso de Roy Orbison - teima deixar o dial de uma rádio que habita meu cérebro. Mas como também sou eclético, logo darei uma pausa ... Outras obras pedem passagem. Infelizmente tenho que afirmar que muito provavelmente Hamilton Di Giorgio ficará de fora da grande mídia. Diferentemente dos demais artistas da música que faleceram nas últimas semanas, o querido intérprete dos anos dourados ganhará espaço apenas em sites alternativos e redes sociais especificas. Com muita sorte, alguns tributos acontecerão em determinados canais do you tube. Isso já aconteceu com outros pioneiros do rock brasileiro: Betinho e seu Conjunto, Sergio Murilo, Celly Campello, Demétrius, Prini Lorez, Celia Villela, Cleide Alves, Wilson Miranda, Reinaldo Rayol, Renato Barros e Carlinhos (do Renato e seus Blue Caps), Ronnie Cord, Cy Manifold, etc. Triste realidade do nosso showbusiness que prefere alavancar a carreira de subcelebridades que, atualmente, mais intoxicam que divertem o público. Vivemos um momento onde a fofoca ficou maior que o trabalho musical. Enfim... O crepúsculo do universo, em breve, engolirá todos astros e estrelas. Apesar dos pesares pesando, não custa sonhar ... A esperança é a última que morre (essa frase já foi até nome de música). Se existir o plano espiritual daremos risadas de tudo isso. Seja você, leitor, jovem, maduro ou velho, saiba que o tão temido acerto de contas chegará algum dia. Tudo leva a crer que sim.
Pois bem ... Por enquanto, a vida segue para os resistentes e otimistas, mas todos estão convidados a seguir em frente. "Fé em Deus e pau na crise". Mais tarde, publicarei, neste espaço, uma versão mais completa desta matéria, combinado? Retornem a essa publicação daqui a alguns dias. É tudo que peço. (EMERSON LINKS)
