EM TEMPOS DE ROCK BRASILEIRO REQUENTADO E CINEMA PARA GRINGO BURRO VER CHEGOU A HORA DE PROTESTAR CONTRA A AUSÊNCIA DE ORIGINALIDADE NA MÍDIA OFICIAL
Texto: Emerson Links.
Texto: Emerson Links.
Júpiter Maçã, o ícone psicodélico respeitado em todo o Brasil.
Egisto Dal Santo: um encontro entre Jorge Mautner, Led Zeppelin e influências dos melhores nomes da música setentista.
Danm Laser Vampires na estrada.
EDU K., do DeFalla. Ah, vivem reclamando que o vocalista sempre é destaque ao contrário do restante de uma banda. Esse caso de foto em destaque, por ser atípico, tem a ver com os trabalhos solos do nome em questão, bem como vocês encontrarão mais abaixo apenas a foto do Charles Master e não propriamente do TNT. A matéria que vocês irão ler não é sobre as bandas do rock gaúcho e sim sobre a situação dos olheiros, radialistas e jornalistas (em suas matérias do eixo Rio-SP) sempre lembrarem mais do rock que é feito de São Paulo para cima que de São Paulo para baixo, não deixando de frisar que ainda temos Mato Grosso do Sul e Mato Grosso do Norte. Estamos conversados?...
EM TEMPOS DE ROCK REQUENTADO E CINEMA PARA GRINGO BURRO VER CHEGOU A HORA DE PROTESTAR CONTRA A AUSÊNCIA DE ORIGINALIDADE NA MÍDIA OFICIAL
"Não faltam bandas de rock, compositores e nem novos poetas. Isso ocorre porque nunca ninguém olha para o sul do país, os produtores que engrenaram anos a fio num circulo vicioso só dão ouvidos para o som que vem do nordeste brasileiro. No Rio Grande do Sul, existe, em plena atividade: Wander Wildner (grande ícone nacional, ex-Replicante rotulado pela mídia como o inventor do punk brega), Acústicos e Valvulados (grande banda que chegou a ser produzida por dois músicos do Skank), Bideoubalde (banda que teve passaporte garantido no Acústico MTV Bandas Gaúchas), Ultramen (banda mais comentada da década de 2000, também presente no Acústico MTV Bandas Gaúchas, agora com Tonho Crocco em carreira solo), Rosa Tatooada (de hard rock, nem nova assim, mas que possui um grande empresário e produtor chamado Vinicius Câmara), Cachorro Grande (em plena atividade no eixo Rio-SP), Tequila Baby (a mais bem sucedida banda do punk rock gaúcho) e as incansáveis guerreiras, as bandas Os Replicantes (com nova formação), Pupilas Dilatadas, Jack e Os Estripadores, DeFalla, Os Garotos da Rua, Walverdes, Irmãos Rocha, Maria do Relento, Estado das Coisas, Cidadão Quem, Comunidade Nin-Jitsu e Graforréia Xilarmônica. Houve até uma reunião com o Taranatiriça, com Alemão Ronaldo nos vocais. E mais: Leviaethan (do viking semi-imortal Flávio Leviaethan), Krisiun (sucesso nacional no metal), Vera Loca (altamente preparada para subir ao topo das rádios), Identidade (da produtora Marquise), Felipe Ruschel e banda, Gustavo Telles e Os Escolhidos (Gustavo era da finada Pata de Elefante), Desvio Padrão (que ainda busca um lugar ao sol sem o merecido apoio), Tenente Cascável (com músicos lendas do rock portoalegrense Márcio Petracco, Henrique Tchê Gomes, Luciano Albo e Paulo Arcari), Locomotores (com Gerônimo Bicudo, ex-Cachorro Grande), Gaspo Harmônica (com Fábio Luís Bockorny, ex-Bandaliera e TNT), Os The Darma Lovérs, Tom Bloch, Os Daltons, Sombrero Luminoso, bandinha Di Dá Dó e Tarcísio Meira's Band (mais engraçada que Mamonas e qualquer baboseira vinda do Pânico na TV). Fora ainda a relativa nova safra das mais "speeds": Os Cartolas, Os Devas, Zerodoze, Mandala, Gulivers, Os Nomades, Damn Laser Vampires, Morgan Le Femme, Loomer, Transmission, Dating Robots, Badhoneys, Stella Can, Rottentix, Os Funéreos, Distraught, Mani Mani, enfim, um grande universo de realezas roqueiras que merece ser descoberto por jornalistas e produtores de rádio e TV do centro do país. Claro, e ainda falando na mesma região, aproveito para lembrar aqueles que só miram seu foco para o nordeste, tenho a destacar veteranos gaúchos de alta relevância, que já ganharam notas ou matérias na finada revista BIZZ, tais como Júpiter Maçã, Nei Lisboa, Bebeto Alves, Frank Jorge, Plato Divorak, Egisto Dal Santo, Nei Van Soria, Charles Master, Júlio Reny, Marcelo Birck, Mutuca e Alemão Ronaldo (Bandaliera). De quebra, os anti-heróis sem data para encerrar suas carreiras: Frank Solari, Oly Jr., Gambona, e os músicos lendários da Robô Gigante (Edinho Espíndola, Marcelo Truda e Flu) e... pasmem... até o antigo sucesso nacional está homeopaticamente voltando, um cara chamado Hermes Aquino! Lembram???
Falando em clássicos, ainda temos no Rio Grande do Sul o regresso slow-motion de Luiz Vizeu, um dos fundadores da banda Mao Mao. Essa foi a primeira banda a incorporar o fusion, o soul, o funk original e o blues elétrico na cena gaúcha em 1970. Bem antes disso, o rock de Guaíba (cidade que bem lembra a ilha de Manhatan versão gaúcha) já fervia com o rock do pioneiro Tio César, autor do livro, "O Nosso Rock", e músico da banda Os Trepidantes, desde os anos 1960. Isso somente para citar um exemplo de região à parte que funciona com seu próprio núcleo musical. O Rio Grande do Sul é um Estado tão rico em bandas que sobra até espaço na mídia local para tipos bizarros como Zé do Belo e Tony da Gatorra. Pra não falar das grandes bandas covers que preenchem o vazio de palco de ícones falecidos: The Beatles Fun Club, Rola Stones, Crossfire, Só Creedence (de Rafael Cony, locutor da Rádio Putzgrilla). Temos até um possível herdeiro de Arnaldo Baptista, o imaculado e quase sonoramente psicodélico Yanto Laitano. Isso representa apenas 10% do que poderia ser citado sobre o pop rock gaúcho (ou apenas rock brasileiro do sul ) e que quase nunca é lembrado pela mídia brasileira. Daí surgem os comentários de jornalistas amigos dizendo: "Ah, não nada de novo no ar. As bandas novas são fracas em letras e conteúdo sonoro". Pois bem, amigos. Hoje temos na internet o you tube, my space e congêneres. Com esses nomes que comentei certamente vocês irão encontrar vida inteligente no rock brasileiro.
Falando em clássicos, ainda temos no Rio Grande do Sul o regresso slow-motion de Luiz Vizeu, um dos fundadores da banda Mao Mao. Essa foi a primeira banda a incorporar o fusion, o soul, o funk original e o blues elétrico na cena gaúcha em 1970. Bem antes disso, o rock de Guaíba (cidade que bem lembra a ilha de Manhatan versão gaúcha) já fervia com o rock do pioneiro Tio César, autor do livro, "O Nosso Rock", e músico da banda Os Trepidantes, desde os anos 1960. Isso somente para citar um exemplo de região à parte que funciona com seu próprio núcleo musical. O Rio Grande do Sul é um Estado tão rico em bandas que sobra até espaço na mídia local para tipos bizarros como Zé do Belo e Tony da Gatorra. Pra não falar das grandes bandas covers que preenchem o vazio de palco de ícones falecidos: The Beatles Fun Club, Rola Stones, Crossfire, Só Creedence (de Rafael Cony, locutor da Rádio Putzgrilla). Temos até um possível herdeiro de Arnaldo Baptista, o imaculado e quase sonoramente psicodélico Yanto Laitano. Isso representa apenas 10% do que poderia ser citado sobre o pop rock gaúcho (ou apenas rock brasileiro do sul ) e que quase nunca é lembrado pela mídia brasileira. Daí surgem os comentários de jornalistas amigos dizendo: "Ah, não nada de novo no ar. As bandas novas são fracas em letras e conteúdo sonoro". Pois bem, amigos. Hoje temos na internet o you tube, my space e congêneres. Com esses nomes que comentei certamente vocês irão encontrar vida inteligente no rock brasileiro.
Evidentemente não é só o Rio Grande do Sul que é menos ouvido fora do Estado, mas estou me referindo especificamente a uma região normalmente esquecida. Quando vejo um cidadão das cidades do centro do país reclamarem da falta de novidade e que o melhor está no nordeste sinto no ar uma espécie de segregação (ou tradição de apenas olhar a parte superior do mapa do Brasil). Conheci, por exemplo, no Festival Morrostock de 2011 dezenas de bandas de vários Estados do país que revigorariam a cena nacional com sutileza. Fica a velha premissa, "o que é bom continua rolando no underground, o que é ruim continua na mão dos coronéis das grandes gravadoras, que atualmente nada entendem de música". Acho que uma das razões é o mesmo temor que existe na política em relação ao povo, "quando menos culto for o artista menos iremos nos incomodar". Naturalmente, um artista pobre culturalmente e que jamais será um formador de opinião poderá ser menos remunerado por uma gravadora e render muitos lucros aos fariseus. De Santa Catarina, para não ficar só no rock gaúcho, você poderá encontrar bandas curiosas como Os Apicultores Clandestinos, Paranoicos Latentes, Marujo Cogumelo, Damadera, Velvet Hands, até outras já conquistaram um grande público em seu Estado como Dazaranha. No Paraná, temos o persistente Fabio Elias (agora de volta a Relespública), Faichecleres, Black Maria, Firecracker, Skuba, Pelebrói Não Sei, Sugar Kane, Blindagem, Soulution Orchestra e muito mais. Ufa!!! Então, como é que figuras do centro do país para cima insistem na argumentação que estamos pobres de bandas com boas letras e forte conteúdo sonoro? A primeira ideia que me vem a cabeça é uma passeata a favor do boicote e contra a programação movida à jabá das grandes rádios. Mas de que adianta fazer isso se não há povo suficiente para levar as ruas. Nós, roqueiros, vivemos refém de seres que recebem lavagem cerebral diariamente de emissoras que, muitas vezes, são patrocinadas por políticos. Na visão desses profissionais corruptos, quanto mais gente burra existir melhor. Pessoas alienadas ouvindo música idem são mais fáceis de manipular e empurrar porcaria vendável. Meu caro povão manipulado, vocês já ouviram falar das rádios da WEB? Eu poderia citar uma dúzia de rádios que estão fazendo o velho trabalho que as FMs faziam no início (e bem melhor). Isso mesmo, senhoras e senhores. Sim, já houve uma época em que as rádios FMs eram inferiores que as AMs. Foi assim nos Estados Unidos, quando Jimi Hendrix foi descoberto. Nesta época, final dos anos 1960, as rádios FMs estavam relativamente no mesmo plano que as rádios WEB de hoje. Portanto, o que está faltando, meus amigos do centro do país, norte e nordeste, é uma nova visão do quadro da realidade. Isso não vale apenas para a música, o rock e outras vertentes, como também, para a outra área da qual faço parte, como o teatro e o cinema. Este setor já começa a ficar parecido como na época que o pessoal da música descobriu o modo barato de gravar disco, o protools. No cinema, com a rica oferta de câmeras full HD (fala das profissionais e não aqueles vendidas em lojas normais), uma legião de videomakers passaram a funcionar como "produtores de conteúdo". Assim como na música, muita gente boa saiu do anonimato, como também, os charlatões de plantão passaram a contaminar a internet com suas diarreias audiovisuais. Mas vamos combinar que muita gente no mercado independente do cinema não teve a devida oportunidade e sofre boicote das grandes produtoras. Nem era para ser tanto assim, transito com profissionais tanto do maisntream quanto do mercado independente e posso garantir que existe muita merda de cinema sendo feita e jogada nas telas. E não precisa nem eu falar muito, basta ir na página do Rubens Ewald Filho para conferir como filmes produzidos pelas grandes nem sempre resultam em êxito profissional garantido. Muitos cineastas independentes colocam muita cinematografia global no chinelo.
Existe uma crise, sim, de identidade em todos os setores, até na política, mas vamos lembrar que estamos no século XXI e as mídias estão mudando, exceto a visão do grande público. O cinema, por sua vez, segundo o grande cineasta Francis Coppola, devia ser baixado gratuitamente. Ele exclamou: "Talvez os internautas, hackers e estudantes de cinema estejam certos". O cinema está migrando para a internet e assim como a música terá seu novo canal de comunicação. Assim aconteceu com a música, assim acontecerá (ou já está acontecendo com o cinema). Quanto ao teatro o meio apresentação de espetáculo sempre será físico, mas a internet, sem sombra duvida, será o futuro portal para expressar a divulgação desta forma de arte. Enquanto isso, lembremos também que as regiões sul e centro oeste têm muito a mostrar e não apenas o nordeste, caros amigos. Sejamos a favor de um modo democrático para a projeção de artistas e intelectuais de todas as áreas ou então, vamos ter uma "política café com leite" no meio artístico emergindo em pleno século XXI.
Chegou a hora de protestar, virar a mesa e dizer "NÃO" a mídia oficial.
Cachorro Grande: preferência nacional entre os já iniciados no rock.
Júlio Reny: uma lenda do rock gaúcho e da poesia urbana. Com contéudo emocional em sintonia com Lou Reed, Franz Kafka, Bob Dylan unidos ao individualismo estético de Tom Waits.
Chegou a hora de protestar, virar a mesa e dizer "NÃO" a mídia oficial.
Cachorro Grande: preferência nacional entre os já iniciados no rock.
Júlio Reny: uma lenda do rock gaúcho e da poesia urbana. Com contéudo emocional em sintonia com Lou Reed, Franz Kafka, Bob Dylan unidos ao individualismo estético de Tom Waits.
OsThe Darma Lovèrs: o duo que despontou na cena gaúcho e nacional logo no comecinho da primeira década de 2000, o com o primeiro CD, produzido por Frank Jorge. Nenung, a parte yang do casal, foi peça fundamental da banda Barata Oriental.
Maria do Relento: Foi-se o tempo que as bandas faziam um rock and roll sincero como a Maria do Relento, principalmente pelo bom humor, irreverência e uma certa preocupação em elevar o nível das apresentações. E que outra banda seria melhor para regravar um antigo sucesso dos Incríveis? Um gol de placa dos anos 1990. Para os que discordam sugiro fazerem uma viagem no tempo.
Os Cartolas: uma possível visita dos olheiros levaria essa banda para uma gravadora multinacional.
Identidade: muito além dos mitos Stonianos e da eterna busca pela geração que mudou o mundo. São "cabeças pensantes" e alto astral nos palcos.
Stella Can: gatas fazendo rock... e pra ninguém botar defeito!
Charles Master: o grande alicerce do rock gaúcho dos anos 1980 segue realizando seus shows incendiários, onde quer que seja convidado para tocar. Além de uma legião de admiradores, também conquistou fãs da nova geração.
Graforréia Xilarmônica: banda cult dos anos 90. Rock, pop, brega e jovem guarda passeando pela montanha-russa. O trio, da esquerda para a direita: Alexandre Velho Birck, Frank Jorge e Carlo Pianta.
Laranja Freak: a psicodelia renasceu no sul no centro do país com essa banda gaúcha. E muito antes de se ouvir falar em Mopho e bandas que trouxeram a nova febre no underground na primeira década do século XXI. Considero que o hit do primeiro álbum, desde o início, foi "Sempre Livre" e não outras escolhidas. Na sequência, a psicodelia emergiu nos pampas no melhor sentido vibracional.
Os Replicantes: a banda fez sucesso nacional nos anos 1980 e completou 30 anos de existência em dezembro com um show memorável em Porto Alegre. Na foto, a formação atual, com a atriz Julia Barth nos vocais que um dia foram de Wander Wildner. (Crédito da foto: Marquise 51).
Leviaethan: banda de metal que resiste ao tempo, atraindo uma legião de fãs no alto escalão do underground.
Tarcísio Meira's Band: mais engraçada que os Mamonas Assassinas. Mistura num só caldeirão: rock, pop, música brega, depravação e chinelagem. Mas o mais surpreendente foi a aprovação do próprio Tarcísio Meira. Em tempos que os medalhões querem proibir até biografias não remuneradas (diferentemente de um país livre como os Estados Unidos), essa foi uma grande sacada do ator remanescente.
Felipe Ruschel: grande músico, compositor e intérprete que emergiu do underground gaúcho no século XXI.
Tequila Baby: outra banda que foi sucesso na virada do século, lotando ginásios, bares e casas de shows do sul do país.
Krisiun: metal gaúcho fazendo carreira internacional.
Rinoceronte: banda de Santa Maria direto para o Brasil.
Badhoneys: rock bacana com letras em inglês, flertando com o Primeiro Mundo e ainda com direito a um baterista que é quase sósia de Tom Cruise, quando este tinha 28 anos.
Desvio Padrão: banda que devia fazer parte da programação das grandes rádios.
Helena T. & Os Bizarros: misto de badwoman, pós-hippie e cigana do rock. Tem trabalhado arduamente na produção do seu primeiro disco solo. Participou de algumas bandas gaúchas até retomar o Tutti Frutti na década de 1990, ao lado do guitarrista Luiz Carlini.
Coié Lacerda: como não lembrar dele? Guitarrista com formação no blues e no rock, anos a fio renegado pela grande mídia, e que finalmente lança seu álbum, "Coié Lacerda and Harlem's Club", com produção do sempre onipresente Egisto Dal Santo?
Bebeco Garcia e o Bando Ciganos: Infelizmente, Bebeco partiu de nosso mundo, mas sua música ficou para quem quiser lembrar dela. Gente de bom gosto musical sabe. Os grandes registros felizmente ainda podem ser encontrados nos sebos ou no mundo on line. Os raros todos terão que aguardar a abertura do baú.
Pública: em busca de melhores espaços em São Paulo, onde reside e resiste a um mercado fonográfico predador.
Frank Jorge: o grande crônista do rock gaúcha e peça fundamental de várias bandas dos anos 1980 e 1990. tais como Cascavelletes, Graforréia Xilarmônica, Cowboys Espirituais e Frank & Plato. Ao lançar seu disco solo, "Carteira Nacional de Um Apaixonado", passou a se tornar um marco da história do rock gaúcho e nacional.
Marcelo Birck: músico perfeccionista, pesquisador intenso, sempre em busca da vanguarda musical.
Bideoubalde: dispensa apresentações. Um dos maiores nomes do pop rock gaúcho na entrada do século XXI.
Tom Bloch: com Pedro Veríssimo, fazendo seu pop rock clean, desde o finalzinho dos 1990.
Yanto Laitano: o curitibano radicado em Porto Alegre que interpreta belas canções.
Vera Loca: com canções que grudam nos ouvidos facilmente quer ir além das capitais.
Tierramystica: a banda foi a vencedora da eliminatória do Rio Grande do Sul em Porto Alegre do Wacken Metal Battle de 2010.
Tenente Cascável: tudo pela manutenção do bom e velho rock gaúcho dos anos 1980.
Mutuca: o pioneiro do rock gaúcho continua até hoje na estrada e ainda mantém seu programa "Hot Club do Mutuca", na Rádio Ipanema FM, em Porto Alegre.
Os Garotos da Rua: foto dos velhos tempos. Mesmo antes da grande perda de Bebeco Garcia, a banda foi alterando constantemente sua formação mantendo apenas dois membros originais: Kim Jim (vocal) e Justino Vasconcelos (guitarra).
Pupilas Dilatadas: a banda, contando com o único sobrevivente da formação original, o nosso Felipe Messa velho de guerra (segundo a rapaziada), que há décadas mantém o pulso firme nos 3 acordes, faz a gente acreditar que vale a pena resistir a essa crise toda que enfrentamos com a falta de mercado para o rock, como também, a falta de melhores palcos e, consequentemente, a falta de generosos cachês.
Jack e Os Estripadores: banda de punk rock despontou no underground portoalegrense em 1988, mas exausta por testemunhar a violência excessiva que rolava na plateia durante os shows e a falta de grandes oportunidades decidiu encerrar suas atividades no desenrolar da década de 1990. Ao contrário de muitas bandas "bunda-moles" que rolavam (e ainda rolam) com o apoio das rádios jabaculeiras, resistiu o que podia para não ter que se reinventar ou virar uma fraude. Quatorze anos depois da separação dos músicos, resolveu subir aos palcos novamente, para narrar suas impagáveis histórias em quadrinhos em formato instrumental e vocal.
Rotentix: a banda, envolvida com uma eterna folia ramoneana, lança seu terceiro CD de carreira, o "2º Divisão", para gregos e troianos... e punks chacoalharem seus esqueletos na plateia. O visual à la high school 1979 do vocalista boa praça, Douglas, se torna uma atração a parte em cada show. Não só pela sua altura, quase 2 metros, mas também pela sua simpatia que logo cativa as pessoas onde quer que ele vá. Rock and roll também é imagem, certo? Pra completar o baixista Thon e o baterista Bauer nunca deixam a peteca cair nas exaustivas apresentações que encaram nos espaços mais bucólicos possíveis de nosso pindorama.
Frank Solari: um grande mestre da guitarra que podia fazer carreira internacional.
Mao Mao Music Band: a banda foi criada em 1970 com o incentivo do DJ Glênio Reis, da jovem guarda e rock gaúcho dos anos 60. Entretanto, mesmo sem nunca ter gravado ou lançado disco oficialmente deixou músicas registradas numa fita-matriz. A banda Mao Mao encerrou suas atividades em meados da década de 1970, mas Luiz Vizeu, considerado por Glênio o "Jimi Hendrix gaúcho", voltou a ativa em projeto solo.
Banda Histórias do Rock Gaúcho: Com o polêmico Egisto Dal Santo a frente dos vocais, o grupo é formado por músicos lendários e talentos emergentes. (...) E segue sua missão de contar a história de um gênero sempre renegado em outras regiões do país. Infelizmente, falta mídia e nosso povinho é muito alienado para se antenar e buscar informações sobre rock.
Plato Divorak: um gênio incompreendido com eterna sintonia com o rock dos anos 1960, maluco beleza (no bom sentido), agitador cultural, ator de filme pornô na boca-do-lixo de São Paulo, mestre da psicodelia e padrinho de todas as bandas que acredita que tenham talento. Enfim, uma figura ímpar. Você roda o mundo inteiro e não encontra alguém como ele. Oh, Rita Lee, vê se acorda e marca um encontro com esse cara. Plato Divorak é mais que cult. Ele ainda se mantém firme na estrada e na primeira década do século XXI ganhou um valioso padrinho, o Luiz Calanca, da Baratos Afins.
Excelente texto. Emerson. Decididamente todas as bandas que mereciam ser citadas ainda ganharam destaque com fotos recheadas de comentários. Adorei tudo. Valeu mesmo. A fu... Escreva sempre e sempre. Um beijo.
ResponderExcluirMuito bom o texto! Mas não sou ex-Relespublica. A banda voltou com a mesma formação e lançou dvd em 2012 e segue fazendo shows. Arrume o texto por favor Emerson? Obrigado! Abraços
ResponderExcluirSim, certamente, Fabio. Essa é mais uma prova que a mídia de um Estado não chega até o outro com tal informação e temos que recorrer sempre a internet. Em alguns sites que entrei, ainda constava a informação que vc ainda não havia regressado a banda. Um grande abraço!
ExcluirConcordo em gênero, numero e METAL com o Emerson. O grande mérito do Rock Gaúcho hoje é a plena atividade. Bandas oitentistas que persistem ou que retornaram das cinzas com excelente receptividade em meio a essa realidade em que bandas são banalizadas pelos usuários das redes sociais. E toda essa atividade é variada, vai desde o Punk, passa pelo Metal...até o Jazz Rock! O que falta? Falta um meio de comunicação (como era a Ipanema há decadas atras) e grandes shows (como acontecia no Araujo há decadas atras).
ResponderExcluirFalta muita coisa, Jesiel. Não só a mídia oficial precisa melhorar como eu respondi ao comentário abaixo endereçado ao Vizeu e sim um público que necessita evoluir culturalmente e isso (lamentavelmente) deve levar décadas. Só pelos comentários mal educados que recebo de gente de baixo nível que entra aqui ou manda e-mail dizendo que ouve funk e as rádios que fazem lavagem cerebral neles, percebo que esse problema consumir todos nossos cabelos nos próximos 40 anos. rsrsrsrs
ExcluirObrigado pela lembrança cineasta Emerson Links. Depois de tantos anos ( 35) vejo cada vez mais resgatada por ti a história de banda MAO-MAO. Corretíssima a matéria que escreveste, apontando os problemas pelos quais os artistas gaúchos da música urbana e de outros segmentos, como o cinema e o teatro passam e os afasta da grande mídia do centro do país. Depois do trabalho que realizaste na Bíblia do Rock, impossível que a grande mídia gaúcha continue nessa passividade e descomprometimento com questão tão séria. Assino em baixo: ABAIXO O JABA E AOS ATRAVESSADORES E TODO O INTERMEDIADOR CHUPADOR DO SANGUE DOS ARTISTAS E MÚSICOS EM GERAL. POR UM PROGRAMA DE AUDITÓRIO PARA A MÚSICA URBANA E TELEVISIONADO E COM QUALIDADE SONORA E VISUAL. É NOSSO DIREITO. NÃO SOMOS COADJUVANTES. SOMOS PROTAGONISTAS. FRATERNO ABRAÇO.
ResponderExcluirObrigado! Valeu, estimado Vizeu! Agradeço o seu comentário repleto de compreensão, reflexão e imparcialidade, o que nem sempre ocorre por aqui. As pessoas só estão interessadas em saber se foram esquecidas ou lembradas. São muito conflitos de egos, complexo de inferioridade, excesso de confiança, insegurança econômica, que destroem carreiras e nos privam de conferir trabalhos maravilhosos. Sim, ninguém imagina que lançar um trabalho como a "Bíblia do Rock" em várias mídias implica em várias liberações de direito de imagem, fonogramas, editoras, etc. Não é brincadeira para blogueiro qualquer e nem estou aqui para isso. Estou mais para esclarecer sobre o andamento do projeto e regularmente publicar algum conteúdo para o público ver que ainda estou na ativa. Vizeu, só posso dizer que fora qualquer questão, agradeço eternamente ao Glênio por ter apresentado tua banda para mim. Isso ajudou muito na minha reavaliação de valores. Acho que a problemática, de fato, não é apenas uma mídia culturalmente forte e sim o povo que além de não ter aprendido a votar não sabe optar pelo bom gosto e quem paga a conta sempre somos nós. Um grande abraço, meu amigo.
ExcluirCOMUNICADO DO AUTOR DO TEXTO:
ResponderExcluirÉ A VELHA HISTÓRIA... PRA AGRADECER POUCOS SE AGILIZAM, MAS PARA RECLAMAR VEM AQUELE TORPEDO DE SEMPRE, RECLAMAÇÕES DE BANDAS QUE SE SENTEM INJUSTIÇADAS POR NÃO SEREM LEMBRADAS, NÉ? COISAS DE UM PAÍS SUBDESENVOLVIDO MESMO... VOCÊ FAZ O CONTATO OU CONTRATA ALGUÉM PARA FAZER E É SEMPRE AQUELE FESTIVAL DE ESTRELISMO PARA ENVIAR MATERIAL ATUALIZADO. AGORA, ENTENDO COMO REVISTAS COMO A BIZZ E CONGÊNERES SE VIRARAVAM DO AVESSO PARA PARIR UMA MATÉRIA. SE UM ARTISTA OU BANDA É ESQUECIDA OU OMITIDA, LEITORES, NÃO É POR ACASO... LÁ NO EXTERIOR A MENOR DAS BANDAS TEM SEU SISTEMA DE DIVULGAÇÃO ORGANIZADO, ASSESSORIA DE IMPRENSA, MATERIAL ATUALIZADO (E COMPLETO). OS MÚSICOS NÃO FICAM APENAS POSANDO DE REIZINHO EM SUAS PÁGINAS DO FACEBOOK BEBENDO CERVEJA E FALANDO DO PASSADO GLORIOSO. SE LÁ FORA O SHOWBUSINESS FUNCIONA É PORQUE EXISTE UM DETALHE FUNDAMENTAL E AINDA AUSENTE NO BRASIL: EDUCAÇÃO.
TAIS BANDAS NACIONAIS SÓ LÊEM AS MATÉRIAS QUE ENVOLVEM SEU NOME E SE ALGUM COMENTÁRIO APARECE NÃO É PARA "ACRESCENTAR" E SIM PARA RECLAMAR. TUDO ISSO TORNA O TEXTO QUE ESCREVI UMA COISA PARADOXAL. DE FATO, SE A MÍDIA OFICIAL NÃO LEMBRA OU COLOCA ALGUMAS BANDAS EM EVIDÊNCIA DEVE SER POR MAL CONDUTA. EXEMPLOS: ALGUNS MÚSICOS DE UMA DETERMINADA BANDA RECEBEM JORNALISTAS, CINEASTAS OU QUALQUER TIPO DE PROFISSIONAL EM CASA, MAS LOGO VEM AQUELE DISCRETO MAREMOTO DE INDELICADEZAS. ÀS VEZES, ESTÃO DO TEU LADO E OFERECEM UMA BEBIDA SOMENTE PARA O COLEGA DE BANDA, OFERECEM BRINDES E CAMISETAS E DEPOIS QUANDO TODO MUNDO SAI FAZEM DE CONTA QUE NÃO OFERECERAM (OU FAZEM DE PIRRAÇA MESMO). OUTRA COISA, NÃO SABEM DISTINGUIR CINEASTA DE JORNALISTA E POR AÍ VAI... TÁ NA HORA DE ALGUMAS BANDAS ACORDAREM PARA A REALIDADE. NÃO ESTAMOS NO SHOWBUSINESS INTERNACIONAL. SE JÁ É UMA DIFICULDADE MANTER UM BLOG (MESMO SÓ EXPERIMENTAL E POR CAUSA DE UM PROJETO DE LIVRO E FILME) IMAGINE QUEM PRECISA MANTER UMA PUBLICAÇÃO DIÁRIA ATUALIZADA E TEM SEU TRABALHO OBSTRUÍDO, TOTALMENTE COM ATRASO POR CAUSA DE UM MAGUARY QUE SEQUER TE RETRIBUIU A ALTURA PARA UM TRABALHO QUE ERA JUSTAMENTE EM MEMÓRIA DELE??? O MAL COMPORTAMENTO DO ARTISTA GERA UM EFEITO DOMINÓ QUE O CONZUZ VELOZMENTE PARA O ANÕNIMATO. PORTANTO, MUITO CUIDADO COM AS PALAVRAS, PESSOAL. JÁ VI MUITO DESSES ARTISTAS PERDEREM PÚBLICO POR CAUSA DO MAU HUMOR, MESMO QUE ESTE TENHA SE ORIGINADO DE ALCOOL E DROGAS. MAS, ENFIM, TÁ DADO O RECADO (QUE NÃO É SÓ MEU E SIM DE MUITOS COLEGAS QUE ME PEDIRAM PARA FAZER ISSO EM NOME DELES). COMO DIZIA O MEU AVÔ: "CADA UM CAVA SUA PRÓPRIA SEPULTURA". APROVEITANDO A DEIXA, A BANDA SEPULTURA É UM GRANDE EXEMPLO DE PROFISSIONALISMO, SENHORES.
Valeu Emerson! Belo texto! E obrigado pela citação!!
ResponderExcluirNa foto do DEFALLA, o amigo do meio é o Leandro (Lelê) Bortholacci, nosso querido empresário, responsável pela reunião da formação clássica do DEFALLA desde 2011!
ResponderExcluirBoa matéria!!
ABS!!!
Qualidade essas bandas tem, realmente merecem a atenção da mídia...
ResponderExcluirLegal mencionar isso Fabrício, mas temos que seguir divulgando, até que a internet fure a barreira que as impede de chegar ao topo. Valeu! Um abraço!
ResponderExcluirParabéns pelo teu conhecimento e estudo, estou impressionada. Em julho gravei uma minissérie que vai ao ar em 2014,se chama Os Ocidentes, e muitas destas bandas e músicos nasceram no palco do Bar Ocidente de Porto Alegre. Foi um trabalho bem bacana, fui figurante e por vários momentos lembrei de ti nas gravações, pois fizemos cenas de anos 80 e 90. Parabéns novamente!
ResponderExcluirAgradeço sua preferência e admiro o seu bom gosto, Ana. Legal que tenha lembrado de mim. Sim, não apenas testemunhei como também documentei muitas bandas de rock que começaram no Ocidente, em Porto Alegre, e de muitas outras partes do Brasil. Eu não vivi as primeiras décadas do rock que gostaria de ter vivido por questões biológicas, mas a partir dos anos 90 em diante, eu abracei essa vontade de criar a série de livros e longa-metragem, entrei de corpo e alma. Não apenas as bandas, como vi alguns atores e cineastas amigos meus alcançarem o sucesso bem mais rápido. Mas o rock é um vício e minha atividade cinematográfica ficou dentro dele. Sinto vontade de também retomar o que deixei para trás. Estou com outro grande projeto parecido em andamento e justamente por isso a "Bíblia do Rock" ficou em slow-motion. E alguém me dizia: "Por que não faz um de cada vez?". E eu só poderia responder: "Num país como o Brasil não se pode pensar assim, você vai fazendo na medida que as portas vão abrindo para cada projeto. Isso sem falar na verba minguada que destinam a vc. O primeiro trabalho em grande estilo sempre é o mais difícil de ser lançado". Quanto a vc tenho acompanhado suas atividades, Ana. Só gostaria de te passar uns conselhos já que se trata de uma profissional imensamente dedicada. Espero ver vc algum dia trabalhando além da figuração, mas para isso vai a dica do meu velho professor: "se queres trabalhar como ator, estude muito e não aceite mais figuração porque senão vc nunca mais consegue se desligar disso". Entendi depois o que ele queria dizer e depois que estudei muito, participei de vários trabalhos no teatro, comerciais de TV (nunca mais como figurante), adquiri minha DRT de ator, mas migrei para a direção e roteiro. Ainda não sei até quando será assim, gosto de experimentar todos os níveis de trabalho possíveis. Contudo, a década de 2000 é outra coisa, a pegada é diferente, a mídia se fragmentou e parte dela migrou para a internet. Mas como vc é modelo deve ter consciência daquilo que deseja profissionalmente. Só posso dar meus parabéns por seu trabalho e te desejar muitas felicidades, Ana. Torcerei sempre por vc. Um beijo!
ResponderExcluirValeu amigo, obrigada pela força, realmente é um caminho árduo, e muito estudo...estou engatinhando ainda, e já passei por vários constrangimentos pela inexperiência, mas aos poucos a gente vai aprendendo. Obrigadão pela dica!
ResponderExcluirMuito massa Emerson, textos perfeitamente elaborados. Grande abraço!
ResponderExcluirMuito obrigado, amigão. Como você já conhece minha estrada. Você sabe, né, Marcos? Tudo é feito com sinceridade, contestação, análise e bom senso. Sem mérito intelectual não teria graça. Aqui não tem jabá, só escrevo sobre artistas que estão na luta e nada fabricados. E muito me orgulha receber um comentário de um cara como você, um profissional super inteligente e de bom gosto e que me conheceu desde os primórdios. ABRAÇÃO, meu velho!
ResponderExcluirta show!!!
ResponderExcluirParabéns garoto, eu o admiro mesmo que virtualmente. Sua dedicação é exemplar. Deus no COMANDO
ResponderExcluirParabéns garoto, eu o admiro mesmo que virtualmente. Sua dedicação é exempla; gosto de pessoas empenhadas em fazer o que gostam. Deus no COMANDO
ResponderExcluirParabéns garoto, eu o admiro mesmo que virtualmente. Sua dedicação é exempla; gosto de pessoas empenhadas em fazer o que gostam. Deus no COMANDO
ResponderExcluirParabéns garoto, eu o admiro mesmo que virtualmente. Sua dedicação é exempla; gosto de pessoas empenhadas em fazer o que gostam. Deus no COMANDO
ResponderExcluirFico boba de ver o conhecimento..vivencia e estudo para chegar a um texto tão completo como este..so posso te parabenizar.por tudo que faz!! O amor que dedica e nítido nas suas palavras....obrigadaaaa bjo imenso da nanda
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