sábado, 8 de setembro de 2018

POP ROCK (X) SERTANEJO UNIVERSITÁRIO : LAVAGEM CEREBRAL DA MÍDIA?


  Sejamos racionais. Não se trata de preconceito ou somente acreditar que a música da geração de ídolos é apenas muito barulhenta, constituída de lixo sonoro não reciclável. De fato, o que ocorre é que tais "artistas" (sic) são completamente desprovidos de talento. Ao contrário dos pioneiros do rock e do pop, estes jovens do segmento brega universitário e adeptos da trash music (nome original do funk carioca), que frequentam as paradas de sucesso, pecam pela falta de originalidade. Mesmo alguns nomes de outros segmentos com baixa formação escolar, agonizando em esferas inferiores, são capazes de apresentar trabalhos autorais de qualidade, porém, a banda podre que tomou conta da mídia impede maior exposição e alcance de público legítimo (parcela da população que antes consumia mais e representava o padrão de qualidade vigente nos anos 1960 a 1990). Reparem que, na medida que os produtores medíocres foram assumindo o poder, a MPB foi perdendo o caráter de inovação estilística. Pra não falar do rock, aqui, objeto de culto e estudo contínuo. Pelo menos, em termos de Brasil, a identidade entrou em cheque rimando com os políticos corruptos que esse mesmo público consumidor ajudou a colocar no poder.




  Agora, vamos direto a ferida contracultural, ainda aberta, que incomoda a todo consumidor que preza pela ética e pelo bom gosto: a crise de consciência da evolução do mundo pop brasileiro. Daí, vem alguém no meio da multidão ou mesmo um DJ carioca (que me deparei numa postagem do facebook) gerando polêmica como se tudo não passasse de perseguição. Ledo engano. Na época que o rock and roll sofria preconceito era diferente, pois qualquer cantor tinha talento, voz e atitude (exemplos: Elvis Presley, Chuck Berry, Little Richard, Gene Vincent, Jerry Lee Lewis, James Brown, Beatles, Stones, etc), mas, hoje, "não". Não mesmo!!! Eu protesto contra esse protecionismo sistemático que alguns DJs saudosistas colocam na "roda". Os jovens intérpretes do pop emergente que frequentam as paradas não possuem voz afinada (ou quando possuem expõem com muita deficiência), nem defendem um estilo digno de mérito (pois quando algo realmente é bom todos falam bem, sem críticas maquiadas). Portanto, realmente é muito diferente dos artistas do passado (leia-se Jovem Guarda, Tropicália e Hard Rock) que eram assessorados por profissionais que vinham de dentro do próprio mercado musical e por isso acreditavam acreditavam que tudo, mesmo soando "superficial" devia ter um selo de garantia (hoje inexistente). Os jovens bregas, funkeiros e sertanejos universitários, em sua maioria, são ídolos fabricados que não realizam uma pesquisa musical com profundidade, sequer passam uma mensagem coerente capaz de deixar marcas em seus seguidores nos anos vindouros. Os menos instruídos e endinheirados vão argumentar que estão no caminho certo devido a riqueza material acumulada. Daí, solto a pergunta que não quer calar? Não seria mais facil voltar a trabalhar como antes? Se música de boa qualidade e perfeito acabamento (popular) vendia, então, por que os produtores não abrem mão do repertório medíocre e priorizam, daqui para frente, apenas aquilo que possa contribuir para a evolução do gosto popular?




  Quem viajar por todo o país ou deixar a preguiça de lado e fazer uma pesquisa em blogs confiáveis vai descobrir que existe, sim, rock e pop de qualidade autoral. Entretanto, para a surpresa dos leigos, estes artistas e bandas não entram na grande mídia. Lógico que a culpa não é apenas do comboio podre de jornalistas que vendem suas almas (para sobreviver) divulgando a tão decantada música jovem brega, a culpa, claro, é também da "mão invisível" de agentes do poder econômico, de uma elite rastaquera que não deseja que os pobres tenham acesso a obras culturais de qualidade através do rádio ou mesmo via industria fonográfica digital (mas, em contrapartida, quantos brasileiros ainda não têm acesso a internet?). Portanto se existe algum preconceito contra os bregas de hoje é simplesmente porque estes não possuem a qualidade merecida dentro do próprio universo que transitam.
  Assim sendo, existe uma "minoria silenciosa de artistas" que almeja cantar para uma "maioria barulhenta de ouvintes", que sequer consegue sonhar com dias melhores, devido ao próprio subdesenvolvimento cultural autossustentável que escraviza a todos. A verdadeira música brasileira (incluindo o rock e o pop) existe, sim. e habita o underground das grandes capitais. Essa nova música, ainda revestida de nudez parcial, bem que merecia melhor atenção dos produtores e formadores de opinião.
(EMERSON LINKS, o autor de A BÍBLIA DO ROCK, futuro longa-metragem e livro).






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