sexta-feira, 9 de junho de 2023

MORREU GEORGE FREEDMAN?

Por volta das 12 h de hoje, um profissional de saúde me procurou via telefonema se eu tinha contato com algum familiar do cantor George Freedman, que teria sofrido uma queda no banheiro e tido uma parada cardíaca em São Paulo. Essa notícia me pegou de calça na mão (confesso) porque de tantos nomes adicionados em seu whatsapp eu fui o "escolhido". E pouco pude ajudar, pois não possuía o contato de Zuleika Friedmann, esposa do pioneiro do rock. Quando vi um comentário de uma blogueira de fã clube não levei a sério porque necessitava de fontes profissionais confiáveis. Entretanto, pra variar, a grande mídia que tanto cobriu o sucesso de George Freedman - seja desde o início do rock and roll ou durante a jovem guarda, seja como galã de um filme de Mazzaropi ou protagonista de fotonovela - nada havia noticiado. Esperei em vão jornalistas de música ou youtubers respeitados pelo circuito independente falar alguma coisa. Nada, realmente nada, nenhum registro sobre a partida do "amigo distante". Há poucos dias tivemos a perda de outro pioneiro do rock, Hamilton Di Giórgio (ler matéria neste mesmo blog). Pois bem... Até o final da tarde minha ficha não tinha caído. Se fosse qualquer artista medíocre do segmento sertanojo (normalmente financiado pelo agrotroglodismo) a maioria da população já saberia muita coisa a respeito da tal tragédia. Infelizmente, artista do passado não tem valor no Brasil. Quanto mais jovem e sem conteúdo melhor - assim pensa boa parte dos empresários inescrupulosos que entrevistei. Estes lançam nulidades musicais o ano inteiro sem nenhum peso na consciência.O jabá rola solto nas rádios, mas já começa a perder terreno para os jovens estreantes que pagam a nova propina oculta imposta pelo universo on line. Outro movimento como a jovem guarda ou a tropicália jamais se repetirá. Gerar novas expectativas de mercado é quase uma sentença de morte para os ouvidos. Diante deste cenário prefiro o silêncio. E como era de se esperar, o profissional da saúde que havia me telefonado ao meio-dia não deu retorno algum, porém, bastou eu retornar das atividades externas e navegar pela rede social facebook para me deparar com depoimentos de parentes, lamentando a morte de George Freedman. É o fim de uma lenda viva de um ritmo que muito sacudiu o país no final dos anos 1950. Por ter se afastado da carreira ainda no auge, Freedman pagou um preço, porém, teve uma vida financeira estável em uma nova profissão que, aqui, não vem ao caso comentar porque isso em nada acrescentará em termos artísticos.
Não tenho condições emocionais de seguir em frente, mas retornem em alguns dias que atualizarei este texto e também falando sobre a carreira de um dos maiores ídolos dos primórdios (reais) do rock brasileiro juntamente com nomes como Betinho e seu Conjunto, Sergio Murilo, Celly Campello, Carlos Gonzaga, Tony Campello, Ronnie Cord, Sonia Delfino, Demétrius, Wilson Miranda, Celia Villela, Baby Santiago, Eduardo Araújo (primeira fase antes da jovem guarda), Albert Pavão, Bobby Di Carlo (fase 1960), Meire Pavão, Os Golden Boy, entre outros, incluindo bandas (na época "conjuntos"), tais como The Jordans, The Jet Black's, The Clevers, The Angels, The Avalons, The Rebels, Bolão e seus Rockettes e assim por diante. Antes de retornar aqui, fica como deixa às demais gerações que George gravou a primeira versão de "Adivinhão" (1961), que futuramente (nos anos 1980) seria regravada pela banda Magazine, liderada por Kid Vinil.
(EMERSON LINKS)
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