terça-feira, 15 de junho de 2021

O CORAÇÃO DE REINALDO RAYOL NÃO RESISTIU. MAIS UM NOME DO INÍCIO DO ROCK E DA JOVEM GUARDA QUE SE VAI...

Segundo a última informação vinda do perfil de rede social facebook do músico Ronaldo Rayol (também irmão de Agnaldo Rayol), o cantor Reinaldo não está mais entre nós. Informação ainda não publicada na grande mídia, mais preocupada com sucessos descartáveis da geração Anita & Coisa e tal... Pra variar, ultimamente somos pegos de surpresa com notícias como essa. Foi assim com o Lafayette, com o Luís Vagner(Os Brasas) no mês passado e assim, provavelmente deve ser a tendência jornalística a ser seguida para com os demais ídolos do passado. Em tempos de Big Brother e de cultura massificada que recicla o que há de pior (mesmo com o apoio da tecnologia), nenhuma luz no fim do túnel será encontrada e todos os sobreviventes estarão renegados aos nichos. Reinaldo estava em situação pior que os demais colegas de geração, estava morando em um clínica de repouso ("para ser simpático", o termo, segundo o próprio, em conversa comigo por whats, era exagero), e isso cerca de uns quatro anos atrás grudou em minha mente. Nos últimos tempos, ele se queixava de ter sido esquecido por familiares e alguns amigos considerados íntimos dentro da sua trajetoria musical. Não sei a razão de o artista chegar a essa situação de aperto financeiro, mas está registrado lá nos meus perfis do facebook, uma campanha que fiz para ajudá-lo a comprar remédios e outros adereços apropriados para sua sobrevivência. Infelizmente... Reinaldo Rayol findou e, a partir de agora, será apenas um verbete de colecionadores e saudosistas.
Nascido em São Paulo, no dia 26 de julho de 1944, Reinaldo (depois Reynaldo) Rayol iniciou carreira como calouro interpretando hits de ídolos americanos em evidência no final dos anos 1950, tais como "Diana", "Puppy Love" e "Runaway", entre dezenas. Seu primeiro trabalho de maior visibilidade em disco foi em 1962, quando dividiu um álbum também gravado pela cantora, então mirim, Cleide Alves, chamado de "Twist". Tanto ela quanto ele foram acompanhados pelo grupo (na época conjunto) Renato e seus Blue Caps. Para muitos que estudiosos de música que conversei o disco era mais considerado uma obra do grupo que de seus cantores vocalistas que, por sinal, tinha o clássico "backing vocal" de Os Cariocas (artistas sintonizados com o gênero bossa nova).Como era muito comum um ídolo adolescente gravar versões que faziam mais sucesso, logo Reinaldo saiu em compacto cantando "Multiplicação" (versão de Multiplication, êxito maior de Bobby Darin, no filme "Quando Setembro Vier"), outra vez acompanhado instrumentalmente pelo Renato e seus Blue Caps. Não era fácil competir com nomes jovens que tinham aval para gravar um álbum solo, como eram os casos de Celly Campello, Sérgio Murilo, Carlos Gonzaga, Ronnie Cord, Tony Campello, George Freedman, Wilson Miranda, entre outros. Curiosamente gravou um grande rockabilly que um leigo da época sugeriu batizar de "Eu Quero Twist" que em 2007 foi regravado pela banda Barba Ruiva e Os Corsários (indisponível no you tube). Mas, enfim... As gravadoras trabalhavam com outros estilos não tão simpáticos ao rock and roll de raiz ou qualquer ritmo passageiro tipo "twist", enfim... Evidentemente que alguns nomes, graças ao apogeu da jovem guarda, tiveram um segundo momento. Reynaldo era mais um cantor considerado romântico que propriamente um ícone do rock nascente e suas vertentes. A beatlemania havia mudado o panorama. Era o tempo dos grupos instrumentais de guitarra, também. Reynaldo foi se posicionando e fez um determinado sucesso que não teve força suficiente de mantê-lo no topo até a idade madura. Para determinado segmento de gravadoras que contatei o nome de "Reynaldo Rayol" remetia a música brega. Daí, pergunto: "Por que o insucesso no século XXI? Considerando que a música brega (se fosse o caso) ampliou seu universo de atuação (vide Reginaldo Rossy).Realmente jamais saberemos a verdade. Pelo menos, de fonte direta, não saberemos. Reynaldo sempre se esquivava do assunto... e isso até surpreende porque ele foi produtor de um álbum de Claudio Fontana, pela gravadora Copacabana. (Mas deixarei esse assunto para outra oportunidade).
Próximo de completar 77 anos de idade em 26 de julho, o cantor deixou nossa dimensão vítima de COVID 19. Sobre a reação do seu irmão mais famoso, Agnaldo Rayol, nada se sabe ainda. OBS. VOLTE MAIS TARDE. O TEXTO RECEBERÁ NOVAS ATUALIZAÇÕES. GRATO PELA ATENÇÃO.