domingo, 31 de dezembro de 2017

MUTUCA, O PIONEIRO DO ROCK GAÚCHO - 50 ANOS DE CARREIRA


Essa produção de caráter audiovisual informal traz os principais momentos da festa que comemorou os 50 anos de carreira do músico e cantor de rock Mutuca, que em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, nos anos 1960, integrou toda uma geração de artistas jovens e bandas que deixaram marcas profundas na história do rock gaúcho, tais como Liverpool, Os Brasas, Os Cleans, entre outros, e posteriormente, nos anos 70, Bixo da Seda, Banda Mao Mao e Os Almondegas. Ao longo das décadas, Mutuca montou várias bandas e foi DJ de um programa de rock clássico na lendária Rádio Ipanema FM. Aqui, neste vídeo, você assistirá entrevistas exclusivas e alguns seletos momentos do show de estúdio, realizado na Rádio Dinâmico FM, no dia 12 de agosto de 2017, onde o artista também comanda seu programa "Hot Club do Mutuca". Obs.: O cineasta e dramaturgo Emerson Links captou aos imagens com o máximo de improviso devido as condições adversas e técnicas oferecidas pelo espaço. Pois bem... Isso é apenas um fragmento do imenso acervo de imagens do autor de A BÍBLIA DO ROCK, longa-metragem e livro.

sábado, 25 de novembro de 2017

BELCHIOR, A HISTÓRIA QUE A BIOGRAFIA NÃO VAI CONTAR

A entrevista com o autor do livro será postada em breve, aqui. Por enquanto, fiquem com a palestra e conheçam o escritor e amigo do grande intérprete da MPB (Belchior) que nos deixou este ano.


Para assistir é necessário abrir este link e entrar no you tube





LIVRO LANÇADO EM 28 DE OUTUBRO DE 2017, NA CASA DE CULTURA MÁRIO QUINTANA EM PORTO ALEGRE.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

GEORGE FREEDMAN, UM DOS PIONEIROS DO ROCK NO BRASIL E ÍDOLO DA JOVEM GUARDA.





Muito antes de iniciar o projeto A BÍBLIA DO ROCK, eu já conhecia esse pioneiro do rock and roll, através de discos em sebos, pois minha atração pela época, anos 1950 e 1960, vinha desde o berço. Era algo que eu sentia falta em minha geração. O visual atraente dos anos dourados, da arquitetura, dos figurinos, dos automóveis e da música como um todo ocuparam um grande espaço em minha mente. Sempre gostei de várias fases do rock and roll, porém, por muito tempo eu me sentia refém, no bom sentido, de uma época sem igual. Como minha primeira paixão foi o cinema, procurei me profissionalizar na área para um dia realizar um filme digno de Primeiro Mundo e não somente realizar um documentário imediatista onde cada personagem tivesse sua carreira resumida em 5 minutos, queria mesmo esmiuçar mesmo me faltando muito material físico. Nosso país, como se sabe, tem pouca tradição em preservar a memória cultural e quando isso ocorre, sempre se encontra uma colcha de retalhos incompleta ou um quebra-cabeças sem fim. Em 1999, finalmente, adulto, tomei a iniciativa de adquirir equipamento ("professional"), abandonar a carreira de ator e dramaturgo no teatro, para viajar o país à la "on the road" captando depoimentos de artistas de todas as épocas. Confesso que não esperava demorar tanto para finalizar o projeto e que para alcançar a marca dos mil novecentos artistas documentados levaria tanto tempo. Quem tentou fazer algo parecido, antes de mim, garanto que o fez de forma resumida porque para quebrar tal marca precisaria de mais anos à frente(afinal de contas são 62 anos de rock brasileiro e não apenas 50 ou 30, como algumas publicações de completa desonestidade jornalistica tentam empurrar no público leigo). Algumas editoras chegaram a comprar a ideia de um moleque que criou uma narrativa fantasiosa sobre o surgimento da cena rockabilly argumentando que o rock verdadeiro havia surgido somente nos anos 80, em São Paulo, através da banda Coke Luxe. E olha que nem estou recapitulando, aqui, outras obras ou documentários que constantemente forjam uma nova narrativa das origens do rock, dizendo que este iniciou com o Brock. A falsa narrativa não apenas desinforma os leitores da nova geração, como também, compromete obras honestas de futuros pesquisadores. Numa época de bombardeio de informações e muita lenda urbana na internet, o recurso lógico é pesquisar as fontes consideradas verdadeiras e com quem realmente viveu os anos dourados do rock and roll ou de quem participou de tal época e concede uma entrevista autêntica a você. Sempre respeito quando alguém toca no mesmo tema que eu recontando a história de forma honesta como os livros de Albert Pavão, Ricardo Puggiali, Kid Vinil, entre outros. 
  Sobre eu pesquisar 62 anos de rock em quase 20 anos de estrada (tinha 13 quando comecei), só posso dizer que busquei, sob uma chuva de críticas de imediatistas, o máximo de honestidade na reconstituição de época. De adolescente convivendo com cantores de rock que tinham idade para ser meus pais e meus avós, cheguei a fase adulta, sem nenhum arrependimento da jornada que abracei. Tive a sorte, em tempo, de conhecer pioneiros do rock que, hoje, não estão mais aqui, porém, deixaram em meu acervo audiovisual um grande legado. Foi um grande prazer ter convivido, não apenas entrevistando, esses grandes nomes que iniciaram o movimento de música jovem no Brasil. Passaram por mim: Celly Campello, Sergio Murilo, Tony Campello, Carlos Gonzaga, Eduardo Araújo, Renato e seus Blue Caps, entre outros. Ao contrário do que se recorda o nobre amigo George Freedman não foi em 2015 nosso grande encontro. Talvez, ele não se lembre, mas foi no inverno de 1999 que eu o visitei em sua residência pela primeira vez (questão que pode ser comprovada numa foto vintage logo abaixo, quando eu era um menino). Lembro, também, neste período, que Demétrius foi muito solidário quando sugeriu o meu nome para o Programa Flash, de Amaury Jr., na Band. Infelizmente, nesta noite de entrevistas tivemos apenas Os Golden Boys. Era para termos quase todos os nomes da jovem guarda reunidos e que não puderam comparecer. Dias depois, visitei um a um dos pioneiros. Entre eles, George Freedman que, hoje, divido este momento com vocês nesta entrevista histórica e exclusiva. Esperem que gostem.        


George Freedman, no final dos anos 1960.




                                                    A ENTREVISTA


EMERSON LINKS:

O que o rock representa para você?

GEORGE FREEDMAN

O símbolo de uma era que veio para ficar. O início de minha adolescência. A lembrança, em cada momento de uma apresentação musical, de uma época considerada pelos estudiosos – “anos dourados”. Um tempo maravilhoso onde a droga não tinha espaço; a violência não trazia o terror e, o amor e respeito entre os seres ainda existia.

EMERSON LINKS

O que o rock representou para a história da sociedade, através dos tempos?

GEORGE FREEDMAN

Representou o movimento de uma juventude que procurou se livrar dos conceitos e preconceitos de uma época conturbada do pós-guerra, procurando a liberdade de expressão por meio da música e da rebeldia dos costumes.



EMERSON LINKS

Quando, onde e como você ouviu rock and roll pela primeira vez?

GEORGE FREEDMAN

Ouvi o “rock” pela primeira vez em um rádio galena, em 1955. Tinha 14 anos e morava em um internato onde estudei até completar o ginásio ( hoje, primeiro grau).



EMERSON LINKS

Quais foram suas influências nacionais no que diz respeito a intérpretes e bandas?

GEORGE FREEDMAN

Foram como um relâmpago para a comunicação da época. A juventude, da noite para o dia, seguiu o movimento internacional, principalmente após a exibição do filme “A ronda das horas” (Rock around the clock”. Logo após, surgiram os primeiros intérpretes e bandas, entre eles, Carlos Gonzaga, Tony e Celly Campello, etc.









EMERSON LINKS

Qual foi sua primeira experiência amadora e profissional?  A sua família era conservadora?  Faça um relato de suas memórias da época. Fale também do contato com seu primeiro instrumento musical (no caso de cantor, falar do seu progresso vocal, ou do seu primeiro trabalho em programa de rádio ou gravação de disco, no caso você seja comunicador ou produtor de discos com bandas). Conte, de forma sintética, como tudo se desenvolveu...

GEORGE FREEDMAN

A minha primeira experiência como amador foi na TV tupi, dublando músicas de sucesso internacional num programa denominado “Seleções Americanas”, produzido e apresentado pelo Mr. Fisk e, posteriormente, num show em um cinema lotado, em Porto Feliz, interior de São Paulo, onde cantei músicas de Elvis Presley, apenas acompanhado de meu violão. Já como profissional, foi ao vivo, na televisão Tupi , na época, o canal 3; como quase todas famílias daquele período, a minha também era conservadora, e foi muito difícil convencer minha mãe a assinar meu primeiro contrato profissional. Pena ela não ter vivido para ver o desenrolar de minha carreira; Para relatar minhas memórias nesta entrevista, como você pede, eu poderia escrever um livro pois, com certeza, vivi o período intensamente; Meu primeiro instrumento musical foi a gaita de boca e depois o violão. Esta tendência musical já se manifestava desde minha infância; Gravei meu primeiro disco no selo “Califórnia” – uma versão intitulada “Hey litle baby”. Na época conheci o Tony Campello, meu amigo até hoje, que muito me incentivou para me profissionalizar.



EMERSON LINKS

A Bossa Nova foi um movimento antagônico ao rock and roll?

GEORGE FREEDMAN

Não. Acho que foi a evolução da MPB.



EMERSON LINKS

A Jovem Guarda foi um movimento importante para o rock nacional?

GEORGE FREEDMAN

Com certeza! Principalmente porque entrávamos na era da ditadura e, a Jovem Guarda trouxe um pouco de amor e esperança para um juventude que se viu forçada ao silêncio, não podendo expressar seus pensamentos.



EMERSON LINKS

Pergunta relacionada ao movimento Tropicália (ou Tropicalismo). Você acredita que o rock modernizou a MPB, acrescentando as guitarras elétricas nas canções, que antes era uma atitude proibida pelos tradicionalistas?

GEORGE FREEDMAN

Todo movimento musical influencia outro, assim como toda cultura é influenciada por outra, portanto tudo é característica de uma época; é a assinatura de um movimento musical e cultural.


EMERSON LINKS 

Alguns ingredientes do rock nacional ajudaram a moldar a MPB experimentalista dos anos 1970?

GEORGE FREEDMAN 

A MPB experimentou um período evolutivo, influenciado por diversas razões e episódios que o país atravessou e, as características das músicas, evidentemente, deixaram fortes traços de influência nacional e estrangeira.


EMERSON LINKS

Se você teve uma carreira ou vivenciou os anos 70, qual era sua opinião sobre o movimentos de bandas do rock progressivo?

GEORGE FREEDMAN
 
Minha última gravação foi em 1970, aliás, uma despedida honrosa de um sucesso que gravei com a Waldirene – “Eu te amo, tu me amas”. Depois eu me desliguei, temporariamente, da música e pouco acompanhei os movimentos posteriores.


EMERSON LINKS

Na década de 70, surgiu uma onda onde os produtores de gravadoras desejavam revitalizar o espaço do pop rock brasileiro comercial, fabricando intérpretes (muitos “fantasmas”), que apareciam em discos cantando em inglês; Era os casos de Mark Davis (Fábio Jr.), Morris Albert, etc... Quais são suas lembranças desse período, ou seja, você era contra ou favor?

GEORGE FREEDMAN

Nada tinha contra essa ideia. Até acho que foi o início da profissionalização da produção, inovando formas de faturamento. Um exemplo foi o estrondoso sucesso internacional de Morris Albert.

EMERSON LINKS

A onda da Discotheque iniciou uma crise no rock mundial e, por consequência, atingiu o Brasil?

GEORGE FREEDMAN

Todo movimento tem seu período. Uns mais longos e outros mais curtos mas, o verdadeiro e marcante movimento sempre consegue superar todas fases críticas.



EMERSON LINKS

Você acha que o movimento punk revigorou a cena roqueira (nacional) desafiando a Discotheque?

GEORGE FREEDMAN

Não necessariamente. Cansados da repetitividade, um movimento se destacou sobre o outro revitalizando e trazendo novas mensagens.

EMERSON LINKS

Por que o Heavy Metal sempre teve pouca penetração nas rádios brasileiras?

GEORGE FREEDMAN

Em minha opinião, por ser um música pesada de se ouvir. Se torna mais atrativo em uma apresentação ao vivo.



EMERSON LINKS

Você acredita que o movimento New Wave ajudou a estimular o rock nacional dos anos 80?

GEORGE FREEDMAN

Como todo movimento, este também trazia características de influência de movimentos anteriores e, portanto, um ajuda o outro.

EMERSON LINKS

No papel de compositor, quando foi que você atingiu o seu auge? Houve uma realização artística ou financeira?

GEORGE FREEDMAN

No final dos anos 60 foi meu melhor período como compositor, quando diversos profissionais gravaram minhas músicas e versões.



EMERSON LINKS

O disco mudou a sua vida economicamente a sua vida ou foi uma opção prazerosa?

GEORGE FREEDMAN

No meu tempo o disco não dava independência econômica para ninguém. Um sucesso de parada vendia pouco mais de 60.000 discos (compacto simples) e, um disco de ouro era conseguido com a venda de 100.000 discos. Hoje, um sucesso vende facilmente 500.000 a 1.000.000 de discos (CD’s), que rendem muito mais, conseqüentemente, minha época foi maravilhosa de ser vivida porém, péssima economicamente. Recentemente, infelizmente, tivemos provas do que estou dizendo.



EMERSON LINKS

Conte uma história marcante, que você tenha vivenciado com uma fã.

GEORGE FREEDMAN

Todos meus momentos com minhas fãs foram marcantes. Eu as amava. Tinha prazer em responder suas cartas pessoalmente e, quando as conhecia, era bárbaro.

EMERSON LINKS

Você concorda com essa supervalorização que a mídia faz do rock nacional dos anos 80?

GEORGE FREEDMAN

Porque não? Foi uma forma de revitalizar um dos movimentos mais marcantes da música internacional.

EMERSON LINKS

O movimento Grunge de Seattle (anos 90) foi importante para o rock nacional?

GEORGE FREEDMAN

Desculpe minha ignorância mas, este não acompanhei.

EMERSON LINKS

Descreva os intérpretes e bandas que você considera mais importante na história do rock (nacional e mundial).

GEORGE FREEDMAN

Como intérpretes nacionais cito Carlos Gonzaga; Tony e Celly Campello; Demétrius; Ronnie Cord, e no cenário mundial, Elvis Presley; Paul Anka; Neil Sedaka; Litle Richard; Jerry Lee Lewis, entre outros. No âmbito das bandas nacionais posso citar The Clevers (Os Incríveis); The Jet Black's; The Jordans e, internacional, a mais importante foi a banda The Ventures.



EMERSON LINKS

Quem é o Rei do Rock nacional?

GEORGE FREEDMAN 

Hoje muitos se intitulam e poucos receberam o título. Deixo a critério dos estudiosos do assunto descobrir.

EMERSON LINKS

Quem é a Rainha do Rock Nacional?

GEORGE FREEDMAN

Sem medo de errar: Celly Campello.



EMERSON LINKS

Qual a contribuição da música de Raul Seixas para a história do rock nacional?

GEORGE FREEDMAN

Raul Seixas foi um fenômeno à parte no cenário nacional. Ele personalizou o rock a seu estilo e demorou para ser reconhecido pela crítica. Sua contribuição foi grande, especialmente, pelas suas interpretações, trazendo mensagens inovadoras para a época.

EMERSON LINKS

Até que ponto as drogas exerceram um influente papel no trabalho musical dos roqueiros? (Exemplo: Tanto os Beatles quanto os Stones usaram LSD, em uma determinada fase de suas vidas para gravar um disco).

GEORGE FREEDMAN

A droga exerce um papel ilusório, tanto é que, na história universal, não me lembro de nenhum grande personagem que deixou algo substancial sob o efeito de drogas.


EMERSON LINKS

John Lennon já dizia: “O Sonhou acabou”. Com base nisso, você acredita numa nova geração de rebeldes ou a humanidade caminha para a robotização do prazer alheio?

GEORGE FREEDMAN

Sem dúvida, a robotização, a informática e a realidade virtual deverão mudar, substancialmente, a humanidade mas, todos momentos de transição levam a algum tipo de evolução e creio que “Este sonho acabou, mas outros virão”.

EMERSON LINKS

O romantismo perdeu sua essência frente a uma geração que não produz mais música para dançar de rosto colado? (Questão voltada ao pop rock e não para a música brega e vulgar). Por esse motivo não há mais espaço para o romantismo como havia no rock dos anos 50 e 60?

GEORGE FREEDMAN

Realmente, as coisas mudaram. O romantismo não é mais o mesmo, a época é outra. Hoje, os valores são outros. Porém, tudo tem seu período, cedo ou tarde alguns valores voltarão a ser valorizados e, no futuro teremos uma mescla do que foi e do que é.



EMERSON LINKS

Essencialmente, o que difere o rock e o pop feito de norte a sul?

GEORGE FREEDMAN

Os conceitos regionais. A influência consuetudinária.

EMERSON LINKS

A música eletrônica poderá acabar com o rock and roll?

GEORGE FREEDMAN

Não acredito nessa versão. Um é um e outro é outro. Os grandes momentos da música nunca perderão seu lugar.

EMERSON LINKS

Você concorda com a idéia de que, nos anos 90, o grande astro, a figura carismática do vocalista desapareceu e em seu lugar surgiu “a própria mídia” como o centro das atenções  (Por exemplo, nos anos 80, os vocalistas se sobressaiam como poetas, é o caso de Cazuza (Barão Vermelho), Renato Russo (Legião Urbana), Júlio Barroso (Gang 90). Nos anos 90, a figura do vocalista evaporou? Se acha que sim, dia o por quê.

GEORGE FREEDMAN

Não concordo “in totum”. Acho que nasceu o vocalista-empresa e, como tal, ele é fabricado para produzir lucro. O vocalista carismático surgirá nos entremeios. O problema é que atualmente as gravadoras querem lucro rápido e deixam de procurar valores como esses citados.


EMERSON LINKS

Todo crítico é um artista frustrado?

GEORGE FREEDMAN

O crítico expressa seu ponto de vista dentro do tema que lhe é apresentado. Se ele expressa negativamente sua opinião é porque o tema não lhe agradou. É a liberdade de expressão.

EMERSON LINKS

Deixe num espaço de, no máximo, dez linhas, palavras sobre o livro A BÍBLIA DO ROCK, que, também, trata-se de um longa-metragem, com imagens já captadas pelo cineasta Emerson Links, ao longo de 18 anos. Nenhum projeto do gênero teve tanto tempo dedicados à pesquisa e profundidade de campo de natureza biográfica.

GEORGE FREEDMAN

Todo testemunho gráfico é um documento para a posteridade. Essa sua iniciativa sua é digna, pelo projeto, pelo trabalho e pela pesquisa. Espero que tenha sucesso e que este livro se torne objeto de consulta para curiosos e estudiosos, levando a todos ciência de uma era de mais amor e menos violência, que desejamos um dia volte.



George Freedman mantém amizade com Emerson Links desde 1999.


George Freedman, num intervalo da primeira entrevista concedida para o longa-metragem. Crédito fotográfico: Euler Paixão. Copyright by Emerson Links. Atenção: O uso indevido desta foto em outra publicação sem autorização previa do autor estará sujeita as sanções previstas por Lei. 





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ANTONIO AGUILLAR - ENTREVISTA EXCLUSIVA NO ESTÚDIO 55 COM A BANDA DE ROCKBILLY BARBA RUIVA E OS CORSÁRIOS

Pode ser visualizada apenas por membros VIPS da lista de amigos de Emerson Links.


VERSÃO ÁUDIO DO PROGRAMA DE RÁDIO PODE SER VISUALIZADA NO YOU TUBE NOS SEGUINTES LINKS:




                 PARTE 1









PARTE 2








quinta-feira, 6 de julho de 2017

QUAL FOI O MELHOR ELVIS PRESLEY NO CINEMA E NA TV?










Texto de Emerson Links.







  Desde a morte do maior fenômeno do início da história do rock, a Sétima Arte vem tentando retratar a carreira dele da forma mais convincente possível. Cada escolha resulta em um sósia discutível, sempre distante da unanimidade. Lógico que cada fã vai preferir um determinado tipo de ator na pele de Elvis Presley, de acordo com suas inclinações estéticas. Mas, por que será que é tão difícil agradar a todos quando o assunto é o Rei do Rock? Em primeiro lugar, porque ele foi o primeiro cantor que reunia duas qualidades raras em uma única pessoa: beleza física e talento vocal. Não tão simples assim. A industria fonográfica jamais encontrou outro fenômeno similar dentro do segmento do rock and roll. Se alguém lembrar de Michael Jackson cabe lembrar que este nunca foi rock and roll e sim pop. Em segundo, além de Elvis ser o primeiro branco a fazer sucesso com voz de um negro, Deus parece ter esculpido seu rosto com simetrias irretocáveis que, até hoje, impressionam desde um pobre mortal até a mais arrogante Miss Universo. Dos artistas mais bonitos e talentosos do século XX, Elvis Presley nunca saiu do topo da lista de preferências femininas. Essa única razão por si só torna complicado realizar um longa-metragem biográfico quando o assunto é encontrar alguém que tenha talento e, ao mesmo tempo, seja um clone perfeito. Entretanto, o cinema comercial nunca desistiu da busca. Elvis já ressuscitou inúmeras vezes no corpo dos mais variados atores e talentos disponíveis no mercado. Em nome das cifras, os filmes realizados foram de qualidade variada e, ao longo de quatro décadas, já renderam belas homenagens. As séries idem. De uma forma ou outra, quem sempre saiu ganhando foram as fãs e os saudosistas, apaixonados pelo rock clássico.
  Veja, abaixo, quem foram os melhores e os piores representantes do Rei do Rock.





                                          KURT RUSSELL



Sem duvida, ele é o preferido dos cultuadores de cinebiografias sobre Elvis. Não pelo fato de ter conhecido o cantor de costeletas nos bastidores de um dos seus filmes no final dos anos 60 quando era menino, mas, pela caracterização visual e parte sonora da voz. Em ELVIS NÃO MORREU, o ator reviveu grandes momentos da juventude e fase adulta do cantor com incrível autenticidade. Nas cenas de palco e de estúdio, Kurt Russell foi dublado por Ronnie McDowell. De "That's all Right Mama" a "Suspicius Minds", o filme feito para a TV, mas exibido nos cinemas brasileiros (repleto de cortes) em 1979, foi uma tremenda viagem no tempo. Quem assiste na versão DVD descobre que os cortes haviam reduzido a qualidade do longa-metragem dirigido por John Carpenter. Aliás, este era um dos codinomes usados pelo próprio Elvis para se hospedar incognitamente nos hotéis em tempos de tours. O cineasta John Carpenter tinha gostado tanto de trabalhar com Kurt Russell que o convidou para ser o protagonista do filme de ação FUGA DE NOVA YORK (1981), do ficção-terror, "O ENIGMA DE OUTRO MUNDO" (1982) e, consequentemente, da aventura pitoresca, OS AVENTUREIROS DO BAIRRO PROIBIDO (1986). Afinal, o boa pinta já tinha agradado a gregos e a troianos ao ganhar o Prêmio Emmy de Melhor Ator (por seu papel de Elvis Presley em ELVIS NÃO MORREU), porém quem acabou casando com ele foi a então comediante de sucesso, Goldie Hawn, de filmes como LOUCA ESCAPADA (1974), SHAMPOO (1975), RECRUTA BENJAMIN (1980) e AMOR EM PERIGO (1984). Neste, o próprio Kurt Russell trabalhou como seu par romântico e devido ao sucesso repetiria a dose em UM SALTO PARA A FELICIDADE (1987). E olha que ele nem precisava de uma patrocinadora tão poderosa. De tão carismático que era, Kurt já era sucesso desde 1965 entre o público infanto-juvenil em fitas como NUNCA É TARDE PARA AMAR, O HOMEM MAIS FORTE DO MUNDO, rodado em 1975, e por ter atuado de forma marcante em CARROS USADOS, comedia de 1980, dirigida por Robert Zemeckis, que seria o futuro diretor da trilogia de "De Volta Para o Futuro". Também não fez feio em SILKWOOD, O RETRATO DE UMA CORAGEM (1983), de Mike Nichols, e TEMPORADA SANGRENTA (1985), atuando ao lado da neta de Ernest Hemingway (a esquecida atriz Mariel Hemingway) e encerrou seu ciclo de dramas com CONFLITOS DE INVERNO (1989). Mais adiante, Kurt Russel trabalharia com outros grandes diretores, mas desta vez, campeões de bilheteria, tais como o ator-cineasta Sylvester Stallone, que o convidou para intergrar o cast de TANGO E CASH (1989). Sorte sempre foi apelido. Mel Gibson trabalhou com ele em CONSPIRAÇÃO TEQUILA (1988) e Tom Cruise dividiu os melhores momentos de VANILLA SKY na sua presença (2001). Por ser grande ator e galã, também, foi convidado por Quentin Tarantino para protagonizar películas como Á PROVA DE MORTE (2007) e OS OITO ODIADOS (2015). Foi visto pela última vez em HORIZONTE PROFUNDO (2016), de Peter Berg, e nos blockbusters VELOZES E FURIOSOS volumes 7 e 8, bem como, no recente GUARDIÕES DAS GALÁXIAS 2. De todos atores que viveram Elvis no cinema, Kurt Russell definitivamente teve uma carreira de mais altos que baixos. O que já era bom ficou melhor.








  Curiosidade que já virou nostalgia: Russel ficou tão marcado pelo papel que repetiu a dose, mas em tom de homenagem em 3000 MILHAS PARA O INFERNO, onde o então decaído Kevin Costner interpreta um bandido chamado Murphy, que um possível filho bastardo do Rei. A grande surpresa é quando Kurt canta "Such a Night" nos créditos finais.








DON JOHNSON 



O pai da estrelinha da atualidade Dakota Johnson (CINQUENTA TONS DE CINZA), quando era jovem ficou famoso por atuar no seriado Miami Vice e filmes de estrada como HARLEY DAVIDSON & MALBORO MAN (ao lado de Mickey Rourke). Pouco antes, em 1981, encarou a tarefa de reviver o romance de Elvis com Linda Thompson num telefilme bem modesto batizado de ELVIS AND THE BEAUTY QUEEN / ELVIS E A RAINHA DA BELEZA. Antes de ser lançado tardiamente em DVD no Brasil, ganhou várias exibições em pós-horário nobre na Globo.


De capacete peludo, Don Johnson faz um Elvis pra lá de burocrático.




MICHAEL ST. GERARD



 Ele foi a principal razão da série ELVIS: GOOD ROCKIN' TONIGHT existir. Produzida pela rede americana ABC, em 1990, surpreendeu, mas não emplacou temporadas. E olha que tinha tudo para dar certo. Esteticamente Michael St Gerard era um sósia jovem de Elvis tão perfeito que foi requisitado para reaparecer em um episódio de outra série, CONTRATEMPOS, para repetir o lendário personagem. A grande questão é que se tratava de uma série sobre viagem no tempo, onde o protagonista sempre entrava no corpo de alguma figura da história ou pessoa comum. Num destes, ele se transformou em Elvis. Em 1989, Gerard foi convidado para viver o o jovem Rei do Rock no longa-metragem, GREAT BALLS OF FIRE / A FERA DO ROCK, sobre a carreira do pioneiro Jerry Lee Lewis, nos idos de 1957. No caso da série de TV de 1990, a atuação de Michael St. Gerard era como uma incorporação espiritual e a única falha estética era de o ator ter se recusado a usar lentes de contato azuis. Entretanto este precioso detalhe não chegou a atrapalhar o conjunto da obra. Foi a primeira e única série a retratar os anos dourados da juventude de Elvis Presley e do início do rock and roll, ainda no período da Sun Records, 1954, antes da fama mundial., no sul dos Estados  A maioria anteriormente retratava apenas o Elvis adulto dos anos 1970. Por ser inedita no Brasil, ELVIS: GOOD ROCKI'N TONIGHT nunca entrou na lista de preferências do grande público. Felizmente, eu consegui os DVDs com a maioria dos episódios legendados em português. Assisto sempre sem enjoar. Na minha visão, até então, essa série foi a melhor coisa que fizeram sobre o Rei, tendo em vista que a maioria das produções foram bastante negligentes no que diz respeito à carreira do cantor.


Michael St. Gerard, o melhor Elvis em sua fase juvenil.




Os três sósias da família Presley na série.







THIS THE ELVIS / ELVIS, O ÍDOLO IMORTAL  



 Inaugurando a safra de documentários mais informais e detalhistas, a dupla de diretores Andrew Solt e Malcolm Leo (que depois fez IMAGINE sobre John Lennon), necessitou de três sósias do ídolo para interpretar suas faces em períodos distintos: Paul Boensch (Elvis aos 10 anos de idade), David Scott, (aos 18), Dana Mackay (aos 35 anos) e Johnny Harra (42 anos). Tom Parker foi o consultor técnico. Misturando cenas reais de filmes Super 8 e 16mm com cenas de reconstituição dramática com atores, o longa-metragem foi altamente elogiado pela crítica e muito bem recebido pelo público.






DALE MIDKIFF



 Com pinta de galã à la Frankie Avalon, o ator recebeu a difícil missão de personificar Elvis numa série que contava a história de Priscilla Beaulieu, a única mulher que casou oficialmente com o Rei e que consequentemente lhe deu um filho, ou melhor, uma filha, Lisa Marie. Com alguns tons açucarados e sempre com pitadas de autocensura, ELVIS AND ME / ELVIS E EU (1988), foi exibido a exaustão no Brasil pelo SBT. Agrada somente as fãs fanáticas e dificilmente consegue conquistar algum cidadão aficionado por rock. E Dale Midkiff foi mais uma vítima da maldição de interpretar um personagem tão icônico quanto um Superman. Atores desse tipo de produção ficam tão vulneráveis que acabam sendo recusados em filmes que possam agradar em cheio a crítica especializada.
  Depois da série, ELVIS AND ME / ELVIS E EU e de DALLAS: THE EARLY YEARS, o filme mais popular que conseguiu trabalhar foi CEMITÉRIO MALDITO / PET SEMATARY (1989). É mais um caso de um ator marcado pelo personagem e que, por insegurança financeira, aceitou trabalhar em qualquer filme B e que, hoje, nem no sebo mais próximo você encontra um DVD dele. Uma lástima.   














DAVID KEITH 



Menos pretensioso é HEARTBREAK HOTEL / UMA NOITE COM O REI DO ROCK, que apresenta o encontro de um menino roqueiro dos anos 70 com Elvis Presley, em sua fase gospel e country (lembrando que o artista também foi um cantor da gospel music). Mesmo fantasioso, o filme produzido pela Disney tem uma história que diverte, tudo em um clima leve de sessão da tarde. O ator principal não é prepotente e entra na brincadeira desde as primeiras tomadas. É interessante assistir HEARTBREAK e descobrir que, no seu elenco, temos Tuesday Weld, atriz que já atuou com o próprio Elvis Presley em um dos seus filmes, WILD IN THE COUNTRY, onde o cantor vivia um rebelde sem causa em 1961. O bom era que Tuesday já tinha familiaridade com a música jovem dos anos 1950, por ter participado do clássico ROCK, ROCK ROCK, ao lado de Alan Freed e de cantores lendários como Chuck Berry. Porém, o resgate feito em UMA NOITE COM O REI DO ROCK, em 1988, com sua personagem fictícia era nada mais e nada menos que uma fã de meia-idade apaixonada por Elvis Presley e que fora contemplada com uma temporada de Cinderela. Quem assistir o filme, hoje, verá o seguinte. Filho de uma dona de casa (Charlie Schlater) sequestra O Rei contando com a ajuda de amigos da redondeza onde mora. Os jovens de 1972 curtem Alice Cooper e não mais Elvis. Sobram críticas, embora a atmosfera sinalize para momentos de redenção e confraternização entre diferentes gerações. Para os menos chegados, David Keith (ator que fez o melhor amigo de Richard Gere em A FORÇA DO DESTINO, de 1982) funciona como um genérico de Kurt Russell. O tom da paródia é distanciado quando a intenção é sustentar a narrativa "chapa branca", mas constantemente fica aquela sensação de quem ri da própria caricatura. Na época do seu lançamento, HEARTBREAK HOTEL / UMA NOITE COM O REI DO ROCK virou um cult movie.


Cartaz do filme lançado em VHS e nos cinemas a partir de 1988.






FRANK STALLONE



O irmão de Sylvester Stallone é o astro de ANGELS WITH ANGELS, lançamento de 2005, que traz o pior Elvis da história do cinema. A história é tão esculhambada que Elvis conhece o cientista Albert Einstein. Frank sempre tocou sua carreira de cantor sem emplacar internacionalmente. No Brasil, o público só tomou conhecimento do seu trabalho quando suas músicas foram usadas na continuação de OS EMBALOS DE SÁBADO À NOITE, dirigida por Stallone, em 1983, e que levou o nome de STAYING ALIVE. Travolta fez menos feio nesta continuação que o próprio Frank o fez ao dar uma de Elvis em ANGELS. Contudo, considero STAYING ALIVE uma boa sequência de EMBALOS DE SÁBADO À NOITE. Pontos para Sylvester Stallone que até em um filme de country music chamado RHINESTONE, UM BRILHO NA NOITE, onde se aventura a cantar acaba se saindo melhor que o irmão. Nota zero para Frank (Stallone). Don't Be Cruel!







TYLER HILTON



Também é um dos atores menos parecidos com Elvis e que marcou presença no oscarizado JOHNNY AND JUNE (2005), filme que, por sinal, retratou algumas fases da carreira de Johnny Cash, que iniciou na mesma gravadora que o Rei do Rock teve seu primeiro disco gravado, a Sun Records. Na verdade, Hilton é um cantor e compositor americano que entrou na vida artística a partir do ano 2000. Contudo, apesar de muito jovem e precoce, já recebeu comparações com o cantor Elton John. Depois de gravar seu primeiro disco, experimentou a arte de interpretar. Depois de viver Elvis em JOHNNY AND JUNE, fez o filme CHARLIE, O GRANDE GAROTO (2007), dividindo cenas com ninguém menos que Robert Downey Jr. (ator consagrado de filmes como CHAPLIN, SHERLOQUE HOLMES e dos longas-metragens de O HOMEM DE FERRO e OS VINGADORES). De uma forma ou outra, Tyler Hilton é incapaz de ser reconhecido nas ruas por ter interpretado Elvis Presley.




     





VAL KILMER


O renomado ator iniciou carreira nos anos 1980 em filmes tipo besteirol como ACADEMIA DE GÊNIOS.  De formação teatral shakespeariana, atuou em filmes comerciais como TOP GUN - ASES INDOMÁVEIS (1986), como o antagonista de Tom Cruise. Entretanto, a iconografia sempre o perseguiu. Imagine que Val Kilmer já havia ensaiado o rebolado de Elvis cantando "Tutti Frutti" na comédia TOP SECRET (1984), mas somente nove anos depois, ele faria o espírito de Elvis Presley TRUE ROMANCE / AMOR À QUEIMA-ROUPA, um longa-metragem dirigido pelo cultuado Tony Scott (coincidentemente o mesmo diretor de TOP GUN). No roteiro escrito por Quentin Tarantino e Roger Avary, Christian Slater é um desajustado que recebe conselhos do Rei do Rock. O filme ainda tem no elenco Brad Pitt, Gary Oldman e Christopher Walken, mas é Val Kilmer que rouba a cena aparecendo discretamente em poucos segundos. Em tempo: Kilmer é uma figura carimbada em filmes de rock, pois encarnou (com perfeição) Jim Morrison no longa-metragem THE DOORS, de Oliver Stone em 1991.
  Felizmente, até certo ponto, ele não teve problemas com a tal maldição enfrentada por atores que interpretam Elvis ou Superman. Apesar de Val Kilmer ter vivido um super herói (Batman) em BATMAN ETERNAMENTE, e o icônico O SANTO, alternou filmes comerciais (WILLOW, NA TERRA DA MAGIA, produção de George Lucas) com longas bem recebidos pela crítica (FOGO CONTRA FOGO, de Michael Mann, ao lado de Al Pacino e Robert De Niro). Mas não parou por aí. Atuou em policiais como MATE-ME OUTRA VEZ (1989), rivalizou com ninguém menos que Marlon Brando na refilmagem de A ILHA DO DR. MOREAU (1996) e contracenou com Denzel Washington em DÉJAVU (2006). Também, participou de um épico, como é o caso de ALEXANDRE, de Oliver Stone, lançado dois anos antes, em 2004. Seu último grande filme de destaque foi o suspense VIRGINIA, dirigido pelo renomado Francis Ford Coppola. De lá para cá, Val Kilmer não lembra nada do galã e talentoso ator que impressionava os diretores e produtores de Hollywood. Em 2017, admitiu estar fazendo tratamento contra um câncer na lingua, após ter negado diversas vezes na mídia e desmentir seu colega de profissão Michael Douglas (ambos foram protagonistas de A SOMBRA E A ESCURIDÃO, aventura de prestígio lançada em 1996). Como se vê, até quem interpreta um ícone como Elvis Presley está sujeito a pagar um preço alto pela fama.      









PETER DOBSON 



O cara fez Elvis em dois projetos sendo que o mais famoso foi FORREST GUMP onde serviu de escada para os efeitos digitais em sua face maquiada para viver Elvis Presley, que nesta ficção aprendeu a rebolar os quadris com o personagem de Tom Hanks. Acredite se quiser.








ELVIS PROJETO

O filme ainda é inédito no Brasil e há pouco a se dizer sobre ele.






JONATHAN RHYS MEYERS



A mini-série de 2005, ELVIS - O INÍCIO DE UMA LENDA, lançada com o aval de Priscilla Presley rendeu ao ator o prêmio Emmy, mas Jonathan Rhys Meyers ficou mais conhecido anteriormente interpretando um rockstar numa biografia camuflada de David Bowie, VELVET GOLDMINE, que estreou nos cinemas em 1998. Além de ter atuado em MISSÃO IMPOSSÍVEL 3, em 2006, ao lado de Tom Cruise, tem um currículo de filmes respeitáveis como FEIRA DAS VAIDADES e MACH POINT (de Woody Allen), além das séries THE TUDORS e DRÁCULA. Infelizmente, na sinopse da mini-série ELVIS lançada em DVD, em 2007, engana o consumidor dizendo que são quatro horas de exibição no aparelho, o que na verdade não acaba acontecendo. O DVD dura apenas duas horas e quarenta minutos. Na realidade, a série foi exibida nos Estados Unidos pela Rede CBS, em dois episódios, cada um com aproximadamente duas horas de duração e isso deve explicar algumas cenas ausentes na versão latina. A ideia original era a realização de um filme para a TV, felizmente não vingou pela extensa metragem. O público saiu ganhando porque, pelo menos na América foi sucesso de público e de crítica. Realmente é um dos melhores trabalhos já apresentados e que também mostra detalhadamente os primeiros anos de carreira do cantor. Na minha visão, Jonathan é um dos melhores Elvis biografados e que chega a superar a atuação de Michael St. Gerard, protagonista da série GOOD ROCKIN' TONIGHT de 1990. Gerard só ganha de Meyers na semelhança física.  No final das contas, dá para dizer que ambos se equivalem nas respectivas mini-séries. 











MICHAEL SHANNON



O que se passa na cabeça de um produtor ou diretor contratar um excelente ator que (paradoxalmente) é o tipo "nada a ver" com o biografado? Michael Shannon é feio e velho demais para ser um Elvis de 35 anos. O ator que, sempre arrancou elogios em suas interpretações e que atualmente participa da série MASTER OF SEX, não tinha ideia do abacaxi que tinha nas mãos. E olha que o produto em questão, ELVIS & NIXON, não era para ser (realmente) um filme sobre a vida do Rei. Tornou-se algo pior que isso. Acabou se tornando uma refilmagem de um episódio já retratado em outra película, ELVIS MEETS NIXON, com atores nada edificantes como Rick Peters (no papel de Elvis) e Bob Gunton (como Nixon). A diferença é que ELVIS & NIXON, produção de 2016, temos no elenco o renomado Kevin Spacey (de HOUSE OF CARDS e BELEZA AMERICANA) interpretando o presidente Richard Nixon e o próprio Michael Shannon como o Rei do Rock, que infelizmente, na parte visual mais parece um travesti do cantor. O filme, como informa o título, é sobre o encontro histórico entre Elvis Presley e Nixon na Casabranca, a seis dias do natal de 1970. O cantor seria nomeado agende federal da narcóticos em tempos que ele próprio consumia barbitúricos e drogas tarja pretas receitadas pelos médicos. Talvez esse projeto ficasse melhor no formato de curta-metragem ou em outro longa na mão de um diretor consagrado. A bem da verdade, ainda estão devendo um grande filme sobre Elvis que é uma das maiores personalidades da música do século XX.


Michael Shannon faz um Elvis depois da gripe.

Mais para Wolverine que para Elvis.





JOHN MC INERNEY






Este, por fim, é sobre um cantor, Carlos Gutierrez, que acredita ser a reencarnação de Elvis. Uma história obviamente fictícia mas que sempre se repete na vida real através dos muitos covers que existem espalhados pelo mundo.





... E que venham mais cinebiografias sobre Elvis Presley. O importante é que o mito sobreviva e ajude sempre os mais jovens a conhecer melhor este importante personagem da história do rock.