sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

A POLÊMICA SOBRE O FILME AUTOBIOGRÁFICO DE ERASMO CARLOS.

ATENÇÃO: Antes de conferir esse artigo, leia "MINHA FAMA DE MAU", O FILME SOBRE ERASMO CARLOS" no meu outro blog A BÍBLIA DO CINEMA. Esse texto é complementar e também uma resposta aos internautas que acham irrelevante uma pesquisa de época em uma obra.


Ouvi um papo (ainda não comprovado em vídeo) que ele teria elogiado os figurinos do filme (que eu assisti em uma cópia alternativa antes da estreia no cinema). No entanto, insisto em dizer que a questão central é a seguinte: ERASMO CARLOS seria louco de criticar os figurinos da própria produção que o promove??? Acho que não. Daí, os elogios "dele", suponho. Pois bem... A experiência que eu tenho com A BÍBLIA DO ROCK de ter entrevistado 1982 personalidades da história do rock me confirmou que as fontes menos confiáveis (de memória fotográfica) são as dos próprios artistas (com raras exceções). Você aí, que é jornalista, escritor ou cineasta. Você quer contar a história de uma personalidade em livro ou filme? Eu dou a "dica-mãe": pesquise, pesquise e pesquise. E sempre confirme informações com várias fontes. Não se contente apenas com o depoimento de seu ídolo ou figura pública complementar. Você deve questionar e também ir atrás de material de época (audiovisual, etc) para o bem estar da memória cultural e não reinventar uma época a fim de confundir a mente de quem, por exemplo, não viveu os anos 1960 e 1970. Se uma obra for só "confete e serpentina" deixa ter ter imparcialidade histórica. Duro de aguentar são os formadores de opinião do baixo clero, que elogiam filmes e livros fracos só para não perder uma futura oportunidade de trabalhar com a celebridade em foco. Eu não. Eu falo o que penso, Falo, sim, porque acho que o público consciente e amante de música não merece ser tratado com tanta superficialidade. É como diz a velha frase: "A verdade vos libertará". Portanto, vamos evoluir quando com o debate democrático (sem puxa-saquismos e "rasgação de seda") se consolidar com uma maioria inteligente (ex-maioria silenciosa). Também, vale lembrar que os livros e cinebiografias chapa-brancas que circulam por aí colaboram com o fortalecimento do corporativismo e a inverdade histórica. Quem me conhece sabe. Sou um grande defensor do nosso cinema, entrevistei nomes que fizeram história e que fazem parte de um acervo que vai virar livro e filme, respeitando os hábitos e costumes de uma época. Entretanto fica difícil conviver com tanto subdesenvolvimento cultural. Sigo dando a real: Enquanto as produções forem negligentes para com os biografados, vou reclamar e elogiar apenas das cinebiografias estrangeiras, cujo o conjunto de falhas técnicas são inferiores se comparadas com todas que foram produzidas em solo tupiniquim. Insisto: enquanto existir o tal "puxa-saquismo" da classe artística brasileira pouco iremos evoluir.
Sou a favor de novos atores, artistas da música, roteiristas, produtores e diretores que ainda estão no underground e possuem muito talento e que fariam cinebiografias impecáveis. O desafio maior será a ruptura com os velhos vícios criados pelos monopólios de produção e a conscientização cultural de um público que age apenas pela emoção qual como quem vai votar em um candidato político favorito.
Erasmo e Ronnie Von.
O TREMENDÃO merecia mais, mas foi ele próprio que deixou tudo correr a revelia em seu filme. Considerando que era um projeto em FAMÍLIA (Erasmo tinha uma divida de gratidão para com a Família Farias, nos anos 1970). Ele era uma espécie tio de Lui Farias, ainda menino, e não poderia portanto entregar sua trajetória na mão de um terceiro). Infelizmente, depois de assistir o filme em DVD alternativo, constatei tal associação, tudo leva a crer que seja isso). Lui fez filmes interessantes, de apelo público nos anos 1980 ("Com Licença que eu Vou a Luta" e "Lili, a Estrela do Crime"), mas ainda acho que MINHA FAMA DE MAU poderia ficar emocionalmente mais denso nas mãos de outro diretor mais "orgânico" como Breno Silveira, responsável por DOIS FILHOS DE FRANCISCO - A HISTÓRIA DE ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO, que, aliás, está trabalhando na cinebiografia de ROBERTO CARLOS. Também, creio que uma "biografia" sobre Erasmo Carlos ficaria bem melhor que uma autobiografia".
E que venham outro filmes e séries, até a maioria dos cineastas começar a acertar mais. Chega de ser politicamente correto. Iniciemos, então, uma nova revolução nas artes e na cultura popular. Abram suas mentes. Erasmo Carlos sempre disse, em tempos gloriosos: "Falem mal, mas falem de mim". Aqui, insisto: Melhor que fale bem que mal". A grande revolução é a evolução, mestre.
Cartaz do filme.

Quem ainda não leu minha crítica ao filme MINHA FAMA DE MAU, visite o blog A BÍBLIA DO CINEMA. Deixarei o link logo abaixo. SAIBA PORQUE O FILME É UMA COLEÇÃO DE ERROS SOBRE UMA REALIDADE ESTÉTICA QUE JAMAIS EXISTIU. SÓ OS LEIGOS IRÃO GOSTAR E ADEPTOS DA MALHAÇÃO. Assisti antes da estreia. Leia a matéria / crítica em meu outro blog A BÍBLIA DO CINEMA: "MINHA FAMA DE MAU", O FILME SOBRE ERASMO CARLOS

O trio central da Jovem Guarda em pleno frescor da juventude.