sexta-feira, 29 de março de 2013

CELLY CAMPELLO, A PRIMEIRA RAINHA DO ROCK BRASILEIRO, COMPLETA UMA DÉCADA DE AUSÊNCIA NO PLANO TERRESTRE

por Emerson Links, o autor da "Bíblia do Rock".



  Para quem acredita em vida após a morte, fica a esperança de algum dia rever seu artista preferido no mundo espiritual - nem que seja de alguma plateia - ciente de que o eterno seja possível. Por outro, os ateus acumulam dores maiores ao saber que jamais poderão apreciar de perto astros e estrelas que enchiam seus corações de alegria. Quem viveu o início do rock no Brasil, na segunda metade dos anos 1950, muito tempo antes da jovem guarda e da explosão do rock comercial dos anos 1980, não pode ter ideia do que foi o fenômeno Celly Campello. Quem ouve a música da cantora pela primeira vez pensa logo que se trata de uma versão antiga de Sandy (da extinta dupla pop Sandy e Júnior), mas se você tem um avô por perto ou um jovem conhecedor do velho rock (hoje em dia muito comum nos circuitos de rockabilly de São Paulo) descobrirá que Celly Campello surgiu na época do nascimento de um novo ritmo, o rock and roll, que seria por muitas décadas uma referência para os jovens de bom gosto. O que se escuta hoje é um música brega, tecnicamente mal feita, pobre em mensagens sentimentais e sem poesia. O rock and roll dos anos 50 cumpria esse vazio existente hoje na música. Celly reinou soberana durante sua curta carreira, muita antes de Rita Lee ou Pitty entrarem em cena.
  Eram tempos inocentes, anos-luz da distância da violência e inversão de valores que vivemos hoje no Brasil, onde o bandido vira o herói da mídia e o mocinho é reconhecido como um babaca (os jornais e noticiários de TV adoram explorar esse filão). Não se trata de um discurso moralista, mas a história da humanidade sempre enfrenta esses avanços e retrocessos, de tempos em tempos. Célia Benelli Campello nasceu na capital paulista, em 18 de junho de 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, mas longe do conflito. O Brasil entrou na guerra, mas nenhuma nação, com exceção dos Estados Unidos faturou tanto com isso. Os alemães e japoneses foram derrotados e os demais países tiveram que se reerguer dos escombros. No caso dos Estados Unidos, o fim da guerra deixou um vazio na família americana e esse vazio se refletiu nos jovens que eram tratados de forma submissa. Da infância você pulava direto para a fase adulta sem viver uma adolescência digna de transgressão saudável. O rock and roll foi o grito de guerra que mudou essa situação na década de 1950, mais precisamente com surgimento de Bill Haley e seus Cometas. Como não havia TV, a juventude descobriu o grupo assistindo a dois filmes que entraram em cartaz nos cinemas, "Sementes da Violência" (1955) e "Ao Balanço das Horas" (1956), nesse meio tempo dois atores se transformaram em ícones rebeldes, Marlon Brando e James Dean, respectivamente trabalharam nos filmes "O Selvagem" e "Juventude Transviada" (1955), sendo que logo em seguida Chuck Berry apareceria em meia dúzia deles, em destaque, "Rock, Rock, Rock" (1957) e "Jamboree" (idem). No Brasil, o grupo Betinho e seu Conjunto gravou uma composição original, "Enrolando o Rock" e com esta foi convidado a fazer um número musical no filme "Absolutamente Certo", dirigido por Anselmo Duarte. Ainda em 1957, Cauby Peixoto também gravou um rock original composto por Miguel Gustavo batizado de "Rock and Roll em Copacabana". Tanto sua canção como a de Betinho disputaram décadas depois o título de "primeiro rock brasileiro de composição original". Contudo, tanto Betinho quanto Cauby estavam longe de representar os adolescentes nos quais todo mundo poderia se espelhar, pois já eram adultos e trabalhavam diversos ritmos. Depois surgiu Carlos Gonzaga, um cantor de guarânias e boleros, que estourou com "Diana" em 1958, mas este secretamente era um trintão. Nesse meio tempo, Tony Campello, irmão de Celly, que também tinha nascido em São Paulo e tinha ido morar em Taubaté, experimantava-se como cantor de rock no conjunto Ritmos OK, desde 1955, segundo ele próprio. Depois que arranjou um emprego na capital paulista, Tony fez amizade com Mário Gennari Filho e entre outros contatos que o levaram para dentro da gravadora Odeon que pretendia lançar jovens que soubessem cantar rock and roll em 1958. Tony Campello assinou um contrato para gravar um compacto de 78 rotações. Estavam previstas duas músicas, uma para cada lado do disco. Tony gravou "Forgive Me" (o lado B do disco) e sua irmã, que ainda se chamava Célia e nessa ocasião, substituindo Celeste Novaes, assumiu o nome artístico de Celly Campello e os vocais de "Handsome Boy" (o lado B). Duas canções originais brasileiras, mas que foram vertidas para o inglês para chamar a atenção da então juventude colonizada pelo rock and roll. O compacto com as duas canções de Tony e Celly Campello não faturou o esperado, mas finalmente ambos se tornaram os ídolos jovens que as gravadoras tanto buscavam e nunca encontravam. Rapidamente, Celly gravou sozinha seu compacto de estreia com duas duas faixas, "Devotion" e "O Céu Mudou de Cor", também pela Odeon. De uma vez, por todas passou a existir cantores jovens de rock and roll cantando para uma plateia adolescente. No showbusiness internacional era um mercado em expansão e nenhum empresário seria tão louco assim de ignorar, nem mesmo no país do samba.
  Meses se passaram com o rock and roll fervendo nos Estados Unidos com o Rei do Rock Elvis Presley, Gene Vincent, Jerry Lee Lewis e grandes feras que não caberiam nessa página. Enquanto isso, no Brasil, antes de 1958, terminar, Celly Campello estreou na televisão no programa Campeões do Disco, da TV Tupi. No ano seguinte, ganhou seu próprio programa de TV feito para a juventude, que levou o nome de "Crush em Hi-Fi". Ao lado de Tony Campello, comandou tal programa por dois anos, obtendo um sucesso regional. Na época não havia transmissão para todo o Brasil e nada (ou quase nada) era gravado em video-tape para ser exibido em outro Estado do país. Muita coisa boa se perdeu com isso. É por essas e boas que não se tem registro da primeiras apresentações de Sérgio Murilo na TV, outro colega de geração dos irmãos Campello, que fez sucesso logo em seguida no filme "Alegria de Viver" (1958) e com o rock "Broto Legal" (1960). Sérgio Murilo também ganhou seu programa de TV ao lado de Sônia Delfino, uma estrela da gravadora Philips que não conseguiu concorrer com Celly Campello nas rádios como se imaginava. Na qualidade de cineasta, mais uma vez eu lamento, aqui, pela ausência desses programas de TV, que poucas vezes eram gravados em video-tape e que pouca coisa sobrou mesmo e ninguém tem o paradeiro disso. Tão pouco saberemos, também, como eram as performances de George Freedman, Wilson Miranda, Demétrius e Ronnie Cord. Esse tipo de coisa na Europa e nos Estados Unidos dificilmente acontecia. Sempre houve um sentimento de preservar os acervos audio-visuais. Já no Brasil...
  O momento de virada na carreira de Celly Campello foi quando Chacrinha se interessou em tocar sua versão para "Stupi Cupid", um sucesso de Neil Sedaka, que em português ficou "Estupido Cupido" e acabou fazendo um sucesso estrondoso por todo o Brasil em 1959. Nesse mesmo ano, participou de um número musical no longa-metragem "Jeca Tatu", estrelado por Mazzaropi. Celly Campello acompanhada do irmão Tony ficou conhecida do grande público se conseguia escutá-lo através do rádio. Outro sucessos vieram tais como: "Lacinho Cor-de-Rosa", "Túnel do Amor", "Billy" e finalmente "Banho de Lua", que a consagrou definitivamente em 1960, ano que também apareceu em outro filme de Mazzaropi, "Zé do Periquito", em companhia de Tony Campello, George Freedman e outros ídolos da juventude da época.   
  Celly Campello era tão carismática que chegou a arrancar elogios de Tom Jobim, um dos maiores compositores da MPB e um dos fundadores da bossa nova. Era fácil gostar dela. Celly tinha todas as qualidades que os rapazes desejavam ver em suas namoradas e as meninas se espelhavam nela. Durante uma eleição promovida pela revista do rock, os leitores elegeram Celly Campello como "a rainha do rock brasileiro", ao lado de Sérgio Murilo eleito "o rei". Na curta carreira de cantora, antes de casar com um contador da Petrobrás em 1962, fez propaganda do achocolatado Toddy, ganhou uma boneca com o seu nome e decididamente era "a namoradinha do Brasil". Por muito pouco teria comandando o programa Jovem Guarda ao lado de Roberto Carlos e Erasmo, mas o marido a proibiu. Anos depois, argumentou-se que a cantora teria pedido uma quantia altamente exorbitante, porém nenhum desses fatos foi comprovado. Em seu lugar, entrou Wanderléa.
  Sentindo falta dos palcos, tentou dois regressos, mas somente em disco. O primeiro foi no compacto "Marquei Um Encontro com Você", lançado em 1968. O segundo aconteceu durante 1976, quando dois de seus maiores sucessos intergravam a trilha sonora da novela, "Estupido Cupido", de Mário Prata. No capítulo em que Celly Campello aparece cantando na fictícia cidade Albuquerque, a Rede Globo ficou com 100% de audiência. Algo jamais visto antes.   
  Com uma vida reclusa em Campinas, vivendo como uma simples mortal, Celly acompanhou de longe toda a evolução do rock brasileiro sempre com um gostinho de saudades. Seus depoimentos ficaram registrados no documentário "Ritmo Alucinante". Uma década depois seria ignorada durante a escalação de atrações do Rock in Rio tal qual Sérgio Murilo. Este chegou a se desabafar numa entrevista para a revista de publicação nacional. O público era outro. Celly Campello e Sérgio Murilo foram considerados cantores retrô demais para o público de metaleiros que estaria presentes. Não por coincidência, Erasmo Carlos foi vaiado pela plateia ignorante de uma das noites do evento.
  Como todos os fãs do velho rock and roll sabem, Celly Campello partiu de nosso plano em 3 de março de 2003 no Hospital Samaritano em Campinas, vítima de câncer. Já havia sido curada antes, mas a doença foi implacável voltando com toda a força até o desfecho final. Assim como outros artistas do rock e da MPB, Celly é insubstituível. Não era uma compositora formadora de opinião, mas na qualidade de intérprete marcou toda uma geração de jovens. De consolo, sua carreira terá duas chances de ser reverenciada: no longa-metragem "Bíblia do Rock" e no documentário "Celly e Tony Campello - Os Brotos Legais", de Dimas Oliveira Junior e José Inácio da Silva. Se viva estivesse, Celly Campello alcançaria 71 anos de idade no próximo mês de junho e seria considerada uma lenda viva do rock brasileiro, tal como seus colegas de geração como Carlos Gonzaga, Demétrius, Eduardo Araújo, Sônia Delfino, Cleide Alves, George Freedman e, obviamente, Tony Campello.




  



quarta-feira, 27 de março de 2013

THE BEATLES  - 50 ANOS DO ÁLBUM PLEASE PLEASE ME

por Emerson Links, o autor da "Bíblia do Rock".



  Os fãs comemoram, mas quem realmente faz a festa são os músicos sobreviventes, Paul McCartney e Ringo Starr, os representantes das gravadoras e os camelôs pirateiros, que estão faturando horrores com os relançamentos e raridades dos Beatles. Nada contra, é claro. Acho que artistas genuínos merecem colher (enquanto vivos) tudo aquilo que plantaram em sua trajetória. Datas como a de 22 de março de 2013, comemorando décadas de estreia de um disco já se repetiram e sempre se repetirão com outras bandas que festejam seus 10, 20 ou 30 anos de lançamento do primeiro álbum. Mas a diferença termina por aí. Os Beatles, antes de tudo, foram os pioneiros do pop rock dos anos 1960. Apaixonados pelo rock and roll da década anterior, ou seja, os anos 1950, fecundado por Chuck Berry, Buddy Holly, Carl Perkins, Gene Vincent e Elvis Presley, os quatro rapazes de Liverpool, então adolescentes e sonhadores, muito de acordo com suas situações biológicas, protagonizaram a o momento de entressafra na música jovem, quando muitos ícones originais já haviam saído de cena devido a uma espécie de machartismo anti-rock. A partir do início dos anos 1960, mesmo no circuito underground de Hamburgo, os Beatles renovaram a a cena e logo atrás deles (ou simultaneamente) emergiram o The Rolling Stones, The Yardbirds (praticamente a gênese do Led Zeppelin), The Animals e outros igualmente cotados. O ano de 1963 tiraria do ar, em questão de meses, o modismo do twist para colocar na roda um rock influenciado pelo blues, pelo soul, pelo rock instrumental e pela country music. Bastaram algumas semanas para Chubby Checker ser engolido pelos Beach Boys que consequentemente foram ofuscados pelos Beatles nas paradas americanas. E depois disso o mundo jamais seria o mesmo. Cabe lembrar que os próprios Beatles, que se revelariam altamente originais se transformariam num modismo com a chegada da beatlemania na América no começo de 1964. Enquanto isso algumas bandas da mídia eram puramente composta por celebridades, porém, nada atrapalhou o quarteto de Liverpool que, de longe, era o mais autêntico que já se teve notícia.
  Recuando para 11 de fevereiro de 1963, pouco antes do lançamento de Please Please Me, em 22 de março do mesmo ano, John Lennon e Paul McCartney, enclausurados dentro do estúdio Abbey Road, em Londres, buscavam inspiração no passadopara fazer a música do futuro. Sabe-se que Please Please Me, que trouxe oito canções escritas por Lennon e McCartney e releituras de outros compositores, teve como ponto de partida os vocais ao estilo Roy Orbison, um dos raros pioneiros da época que havia sobrevivido à crise do rock no final dos anos 1950. John Lennon admirava muito a sensibilidade e melodia poética de Orbison. Mas não era só isso, não. A guitarra de George Harrison fortemente influenciada por Carl Perkins  conduziu quase todas as faixas do disco a um exercício de vitalidade juvenil. Mesmo na emotivamente solitária "A Taste of Honey" existem ecos da fatia instrumental country de Perkins e do lamento saudável de Orbison. Em "Boys" o que ouvimos é uma pequena variação dos vocais de Little Richard, mas sem os músicos abrirem mão da folia frenética na essência do arranjo proposto. Em seu turno, a seminal "Love Me Do" entregava tudo aquilo que os Beatles haviam aprendido ouvindo o repertório de Buddy Holly (singles avulsos menos conhecidos do público em geral) onde John Lennon buscou uma de suas maiores influências). A ideia de adicionar o solo de gaita em "Love Me Do" remetia aos primeiros heróis de selos obscuros da cena rockabilly, selos que fariam a Sun Records soar como uma gravadora major. Sim, na época, os Beatles não camuflavam a ideia de reverenciar seus ídolos em cada canção que gravavam. Mesmo nas canções que falavam de amor (que nada mais eram que o retrato das dores adolescentes e seus amores impossíveis), os Beatles trafegando pelo quase extinto formato doo wop, ainda demonstravam que eram "únicos" em matéria de reciclar qualquer gênero, inclusive os que estavam em decadência. Em 1963, as bandas, os trios e os quartetos de música pop adolescente que ocupavam a cena destronando a maioria dos grupos de doo wop, enfrentaram um páreo duro com a chegada dos astros da gravadora Motown. A sobrevivência dos ídolos fabricados dentro de estúdio se agravou com a ascensão do funk liderada por James Brown e do folk via Bob Dylan, que desde 1961, ocupavam os seus respectivos espaços no showbusiness.  Mais que isso. Esses dois nomes e os demais citados fizeram tudo parecer ultrapassado em curto prazo. 1963 foi um ano em que ídolos domesticados como Brian Hylland, Frankie Avalon, Tommy Sands e Fabian, sentiram pela primeira vez que rostinhos bonitos e cabelinhos bem aparados não eram o suficiente para manter-se em evidência. Elvis Presley era a única exceção, que mesmo sendo um pioneiro do rock and roll já tinha retornado do serviço militar como um cantor de baladas para toda a família ouvir no sofá da sala. Presley tinha deixado de ser um perigo aos hábitos e bons costumes americanos. Com os Beatles a caminho do sucesso nada parecia ser sinônimo de garantia de sobrevivência. The Ronettes (responsáveis pelo hit "Be My Baby") e outras crias do produtor Phill Spector já começavam a sentir o peso da ameaça britânica. Os Beatles só estavam aguardando ocupar o 1º lugar das paradas americanas para realizarem uma turnê de estreia nos Estados Unidos. A revolução não seria feita com o primeiro álbum Please Please Me, mas sem esse passaporte musical, Brian Epstein, o empresário, teria prolongado sua jornada para implantar a beatlemania em todo o planeta. Foi necessário aguardar o lançamento do segundo álbum, With Beatles, para rechear as rádios com mais canções repletas de vigor juvenil. Lançado em 22 de novembro de 1963, o mesmo dia em que o presidente Kennedy foi brutalmente assassinado em Dallas, EUA, o disco se tornou um dos refúgios para os adolescentes traumatizados com o episódio. O bom humor dos jovens ingleses se converteu em uma boa terapia que os Beatles fizeram sem tal pretensão ao desembarcar no dia 7 de fevereiro de 1964, no aeroporto J. F. Kennedy, em Nova York. Cerca de 3 mil pessoas presentes no aeroporto representaram parte do frenesi que estava por vir. Em sua primeira turnê pelo país, os Beatles já tinham como vantagem a venda de 1, 5 milhão de cópias do compacto "I Want To Hold Your Hand" nos Estados Unidos e logo estouraram num programa de TV de grande audiência na América, o Ed Sullivan Show. E foi assim que os Beatles iniciaram o seu monopólio nas paradas de sucesso dos programas de rádio de todo o globo terrestre, exceto no mundo islâmico.
  O que ainda vale reforçar é que, para os padrões da época, houve bastante inovação nas faixas gravadas para o álbum Please Please Me, lançado pela Parlophone /  EMI - Odeon. A energia apresentada no disco ia além daquilo que as bandas propunham em tal momento. Mesmo com algumas regravações do universo pop black and white tudo soava como "novo", como estivesse saindo pela primeira vez em disco. Não foi por menos que a futura revista Rolling Stone incluiria "I Saw Here Standing There" e "Please Please Me" na lista das 500 melhores músicas de todos os tempos. Entre tantos atrativos e talentos genuínos, pra não falar do visual moderno de cabelos levemente compridos e penteados para frente, os Beatles tiveram a sorte de contar com o genial George Martin. A única falha cometida por este engenhoso produtor foi não ter apostado de primeira no baterista Ringo Starr, nas primeiras sessões de gravações em estúdio. Superado o equívoco, George Martin devia ser lembrado sempre como o quinto beatle (muitas vezes tal título é creditado a Stuart Sutcliffe, artista plástico e péssimo baixista amigo de John Lennon, que faleceu em 10 de abril de 1962; e Brian Epstein, o empresário e gerente da banda). A beatlemania rompeu com todas as fronteiras do ceticismo empresarial. Astros da moda que vieram depois caíram no merecido esquecimento por falta de originalidade e como sabemos - só por essa razão - o fenômeno The Beatles sobreviverá a todos nós. Paul McCartney, o sobrevivente mais bem sucedido, ainda lota estádios com shows monumentais, inclusive, depois de velho, aceitou fazer show no Brasil. Independente do descaso dos grandes astros para com os fãs dos países latinos (que sempre se mantiveram fiéis até a morte), produtores começam a abrir seus olhos (e seus bolsos) para faturar mais com a globalização. Apesar dos pesares pesando... Beatles forever!!!

   

sexta-feira, 1 de março de 2013

RESULTADO DA ELEIÇÃO: PRÊMIO ARROGANTES & CAMARADAS DA MÚSICA E DO CINEMA 2013


Os piores e melhores comportamentos dos artistas de 2012


 Enfim, aí está, senhoras e senhores, conforme o prometido, o resultado da eleição. Concluímos  que este prêmio,  ARROGANTES & CAMARADAS, seria a única coisa que poucas pessoas teriam coragem de fazer publicamente, ou seja, "peitar" artistas  criticando-os em um nível cultural intenso, quase estratosférico... Vivendo numa época onde a palavra "protesto" não existe mais no vocabulário  do cotidiano, talvez assim, confrontando opiniões, os artistas  vigentes voltem a evoluir existencialmente (será que a maioria sabe o que essa palavra significa?). O prêmio ARROGANTES $ CAMARADAS DO ANO pode não ser um grande prêmio institucional, mas ao menos, será um dos termômetros onde poderemos saber o que o público pensa dos ilustres cidadãos que nos abastecem de arte e cultura pelo país.
 Foi uma eleição democrática e nada elitizada. "A voz do povo é a voz de Deus", assim disse um anônimo num dia inspirado. Todo brasileiro, de qualquer idade, região do país, raça, religião e sexo (indefinido ou não) enviou seu voto secreto (NO CUPOM ABAIXO) através do e-mail: emerson.links@ig.com.br Pouca gente, provavelmente com medo de retaliação, teve coragem de abrir seu voto publicamente. Os grandes heróis foram poucos, inclusive, o mediador que aqui vos escreve e que por uma questão de democracia resolveu revelar seu voto, acreditando que somente dessa forma quebraria o gelo da hipocrisia.  O resultado da premiação saiu com um dia de atraso e só provou o quão fomos prestigiados com centenas de  mensagens e votos fechados dos facebookianos. Por outro lado, alguns dos que se diziam grande amigos amarelaram na última hora. Como em qualquer lugar do mundo é bem provável que o resultado da eleição  não irá agradar a todos -  levando em conta que  as partes  perdedoras são as que mais guardam rancor e fatalmente irão retaliar. Como se isso fosse nos botar medo, pois estamos começando a ter apoio de uma poderosa "mão invisível". Mas esse papo fica pra outro dia.
Mas... lembremos do humor, senhores, aquele bom humor que o saudoso Barão de Itararé tanto nos ensinou e que raras pessoas (também como nós) tiveram o privilégio de exercitá-lo. Cabe repetir que, neste ano, os troféus não serão físicos e sim de efeito moral. A seleção abaixo é fruto de muitos internautas adicionados ao facebook de EMERSON LINKS que votaram no amor e na raiva. Mais pitoresco que isso é conferir o já mencionado voto aberto do autor da "Bíblia do Rock".


O ARROGANTE DO ANO - CINEMA BRASILEIRO


1º LUGAR:  BRUNO MAZZEO.- 1.459  votos. 
2º LUGAR: LUANA PIOVANI -  441 votos.
3º LUGAR: MATEUS SOLANO - 237 votos.
3


O ARROGANTE DO ANO POP ROCK

1 º LUGAR: LULU SANTOS - 2.015 votos.
2 º LUGAR: LOS HERMANOS - 477  votos.
3 º LUGAR: RESTART - 356 votos 



O ARROGANTE DO ANO MPB

1º LUGAR: MARIA RITA - 2.187 votos.
2 º LUGAR:  MARIA GADÚ - 431 votos.
3 º LUGAR IVETE SANGALO - 214 votos.



O ARROGANTE DO ANO - ROCK GAÚCHO

1 º LUGAR:  MÁRCIO PETRACCO - 879 votos.
2 º LUGAR: MARCELO FORNAZIER - 735 votos.
3 º LUGAR: LARANJA FREAK - 523 votos. 





O CAMARADA DO ANO - CINEMA BRASILEIRO

1 º LUGAR: SELTON MELO - 2.371 votos.
2 º LUGAR: CARLOS GERBASE (DIRETOR) - 523 votos.
3 º LUGAR: CARLO MOSSY - 264 votos.



O CAMARADA DO ANO  - POP ROCK

1 º LUGAR: SERGUEI - 1.251 votos.
2 º LUGAR: ARNALDO BAPTISTA - 1.034 votos.
3 º LUGAR: RENATO E SEUS BLUE CAPS (AINDA NA ATIVA, SEM PARAR DESDE 1959) - 577 votos.




O CAMARADA DO ANO - MPB

1 º LUGAR:  ROBERTO CARLOS - 2.225 votos.
2 º LUGAR: CAETANO VELOSO - 796 votos.
3 º LUGAR: GILBERTO GIL - 276 votos.



O CAMARADA DO ANO - ROCK GAÚCHO

1 º LUGAR: ACÚSTICOS E VALVULADOS - 1.643 votos..
2 º LUGAR: TEQUILA BABY - 1.512 votos.
3 º LUGAR: MUTUCA - 382 votos.





NOMES QUE FARÃO FALTA

1 º LUGAR ; CHICO ANÍSIO - 1.123 votos.
2 º LUGAR: CELSO BLUES BOY - 1.432 votos.
3º LUGAR: OSCAR NIEMEYER - 288 votos.