terça-feira, 6 de agosto de 2019

RISONHO, GUITARRISTA DOS GRUPOS THE CLEVERS E OS INCRÍVEIS, É MAIS UMA BAIXA DESTE "ANO ASSASSINO"

Pioneiro do rock brasileiro e músico muito popular nos anos dourados da jovem guarda, Risonho tinha o "sorriso" como marca registrada, coisa que o próprio codinome sempre cumpriu com a função de destacá-lo na mídia sessentista.


  Elogiado por 10 entre "dez" músicos dos primórdios do rock brasileiro (leia-se a primeira ninhada dos anos 1950 e, também, da segunda, a geração jovem guarda, da década 1960), Waldemar Mozena (1943-2019) foi descoberto em 1962, pelo DJ Antônio Aguillar, enquanto atuava como guitarrista da banda The Clevers. Em depoimento para a "Bíblia do Rock", anos atrás, o radialista se orgulhava de ser um descobridor de talentos musicais. Em 2009, Aguillar me contou que necessitava de um grupo instrumental fixo para acompanhar os cantores que compareciam ao seu programa de rádio e TV, o Ritmos para a Juventude, no início dos anos 1960. Daí veio a ideia de fundar o The Clevers, grupo que prestaria serviços tocando ao vivo durante os programas periódicos da emissora (no caso a Radio Nacional, atual Radio Globo), e que simultaneamente seguia carreira própria com os seguintes músicos: Manito, Mingo, Neno e Netinho. Teria sido Neno quem apresentou Waldemar a Antonio Aguillar, mas, como sempre, existem várias versões sobre "quem apresentou quem", então decidi publicar apenas esta, deixando caminho livre para os demais artistas da época entrarem no blog para esclarecimentos adicionais sobre o ingresso de Risonho na formação original do grupo. Claro que possuo outros depoimentos falando do lendário guitarrista solo, mas prefiro guardar a sete chaves, até um possível lançamento comercial da "obra", combinado?


Nas poucas conversas que tive com Risonho, ele dizia que não tinha noção de que um dia o grupo faria muito sucesso e ainda viajaria pela Europa (The Clevers, como todo mundo sabe, transformou-se em Os Incríveis, mas essa história fica para outro dia). Um tanto ressentido com o mercado musical atual e a mídia que o esqueceu, Waldemar não tinha mais interesse em participar de qualquer coisa relacionada a música. Creio que somado a isso havia problemas de saúde em curso que limitaria, de fato, sua performance nos palcos. Obvio que vão aparecer aqui, de repente, aqueles que irão opinar de forma contrária (pra variar), mas seguir carreira artística (mesmo nos moldes de outrora) é necessário determinado nível de vitalidade, coisa que o avançar da idade vai tirando do ser humano pouco a pouco. Risonho tinha consciência disso. Não posso dizer o que ele pensava sobre a nova formação dos Incríveis sem sua presença porque (ele próprio) não se sentia mais à vontade para opinar sobre o assunto (conforme fora divulgado na mídia segmentada, Netinho, o baterista, era o único integrante da formação original da banda em atividade). Acredito que se fosse para colocar seus solos em algum disco de alguma banda ou músico da época da jovem guarda, ele teria cedido e participado de algum projeto, conforme Edison Della Monica, teria se manisfestado nas redes sociais sobre alguma possibilidade de atuar em alguma música ao lado de Risonho. É redundante afirmar que se fosse em um país de de Primeiro Mundo, o músico seria constantemente valorizado pela mídia. Vale dizer que quando tomei conta de seu falecimento não li nenhum artigo publicado por algum jornal ou revista da grande mídia que prefere, como de costume, viver apenas de fofocas sobre celebridades fugazes. Risonho, até onde onde se sabe, morreu de infarto neste último domingo, 4 de agosto, no interior de São Paulo. Por outro lado, ele continuará vivo na memória de fãs e admiradores que amam o clássico rock and roll e pop juvenil.
  Sobre o chamado "Ano Assassino", aproveito o comentário do amigo Osvaldo Machado Neto, pois, realmente, na contabilidade, os artistas que faleceram nos últimos sete meses se valem pela variedade de suas respectivas personalidades e obras. Aqui, como o assunto é rock and roll, mas, lembrando que um gênero sempre faz companhia ao outro mesmo numa situação de antagonismo, cabe citar (em ordem alfabética) as perdas irreparáveis de André Matos, da banda Angra (rock), André Midani, produtor (rock e MPB) Andy Anderson, baterista do The Cure (pop rock), Daryl Dragon (pop rock), Demétrius, o cantor (rock, jovem guarda e música romântica), Dick Dale (surf rock/rock instrumental), Dina, cantora (música popular portuguesa), Emílio Russo, do The Lions, The Sparks e The Jet Black's (rock e jovem guarda), Euclides de Paula, dos grupos Renatos e seus Blue Caps, Luizinho e seus Dinamites e The Pop's (rock e jovem guarda), João Gilberto (bossa nova),  Johnny Hutchinson, baterista que pertenceu aos Beatles (rock and roll), Keith Flint, do The Prodigy (música eletrônica), Marcelo Yuka (pop rock), Marciano, o cantor (música brega de raiz), Mark Hollis, cantor e compositor inglês (pop), P. A., do RPM (pop rock), Pedro Bento, da dupla Pedro Bento & Zé da Estrada (música sertaneja original), Peter Hurford (música clássica), Sérgio de Carvalho (produtor de música popular brasileira), Serguei (rock and roll), Scott Walker, cantor e compositor (pop rock), Tavito (música popular brasileira) e muitos outros.

 

2 comentários:

  1. Emerson, agradeço suas palavras a respeito de Risonho,mas ele não parou de tocar como muitos dizem q era por doença, nada disso foi verdadeiro, Aguillar uma vez no programa de rádio disse que meu marido estava com uma doença muito grave MENTIRA e por isso tive uma discussão com ele.Mas nada disso hj me interessa o que quero que na verdade todos saibam é que Risonho foi um grande homem, integro, detestava fofocas, e me dizia qdo jovens, vamos segurar o dinheiro q um dia a fama acaba e assim fizemos, hj temos 15 casas em SP e paramos de trabalhar a muitos anos, nada nos faltou em nossa velhice ele foi um homem sábio , simples e me ensinou sua mulher nestes 50 anos de casado o que
    é ser feliz,simples, humilde e viver a vida sem ligar para o que os outros dissessem, Este é meu desabafo, obg bjs Marlene Mozena. ´´

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  2. Foto de Marlene mozema esposa do guitarrista dos incríveis Valdemar mozema

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