sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

ÁLBUM DE ESTREIA DA LENDÁRIA BANDA MADE IN BRAZIL COMEMORA 40 ANOS DE LANÇAMENTO


Texto: Emerson Links.








   1974. O rock brasileiro após ter vivido seus anos dourados com os pioneiros do final dos anos 1950 e com a jovem guarda e tropicália nos anos 1960, enfrentava uma ressaca e almejava uma renovação no quadro. Enquanto ídolos sobreviventes da jovem guarda começavam a gravar música romântica para um público adulto careta e os Mutantes seguiam no rock (infelizmente) sem Rita Lee, "uma banda", que havia iniciado carreira em 1967, estava preparando seu primeiro disco. Seu nome: Made in Brazil.
   Com um nome irônico e tão pitoresco, que lembrava os produtos (bens de consumo) fabricados no Brasil e que posteriormente seriam exportados para fora do país, a grande sacada da banda era fazer um rock destinado a sua geração que estava órfão dos grandes nomes e que, no momento, só tinha como opção ir ao show dos Secos e Molhados. Diga-se de passagem e muita gente vai entrar aqui para refutar tais palavras: os músicos do Made in Brazil já usavam maquiagem andrógina no final da década de 1960, bem antes de Ney Matogrosso & Cia. Tudo bem, houve aquela história de que a banda Kiss teria copiado o visual de Ney. Mas a pergunta que não quer calar: e quem copiou o visual do Made in Brazil??? Perguntas ainda sem respostas e que ainda geram polêmica entre os estudiosos da música, entre eles, o nosso amigo Emílio Pacheco, ex-colaborador da International Magazine, que em seu blog ( http://emiliopacheco.blogspot.com.br/2006/03/secos-molhados-e-kiss-fim-de-polmica.html ) postou uma versão inteiramente nova do texto do texto originalmente publicado sobre Ney Matogrosso X Kiss. Lógico que cada um vai sempre defender a parte que lhe toca. Já teve gente dizendo que, no quesito de cantor de rock solo, Serguei jamais teria se maquiado como andrógino antes de Iggy Pop e Alice Cooper. Alto lá! Serguei era comissário de bordo desde o início dos anos 1960, pela Pan-Air, conheceu tudo antecipadamente, as novas tendências do rock e do pop, tinha familaires nos EUA e sabemos que até os próprios Rolling Stones (via Mick Jagger) já fazia uso da maquiagem suave em meados de 1965. Então, pela lógica e pelas fotos, Serguei e banda Made in Brazil, respectivamente em 1966 e 1967, inovaram esteticamente muitos antes de pseudo-intelectuais lançarem suas teses baseadas em reportagens de jornalistas mal informados. Mas o assunto aqui é o Made in Brazil, certo? Os Secos e Molhados eram mais MPB que rock enquanto que o Made in Brazil, desde o princípio, era blues e rock. Trata-se de uma banda íntegra, que nunca alterou sua essência musical pensando apenas em faturar com sua imagem. E é essa história que será um pouco contada, aqui, na tão aguardada entrevista dos músicos pioneiros Oswaldo e Celso Vecchione. O resto vocês poderão encontrar no livro (a ser lançado) e longa-metragem "Bíblia do Rock", ainda em curso. Sim, um longa-metragem para o cinema realizado por Emerson Links, um escritor e cineasta, que viajou por todo o Brasil, que é bem ao contrário desses "aventureiros" que fazem documentários amadores sobre a história do rock para postar no you tube. Portanto, o blog "Bíblia do Rock" cumpre sua função apenas de ser uma prévia da futura obra que irá comemorar os 60 anos de rock no Brasil em 2015.  



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